EUA e Brasil firmam memorando de entendimento de 850 milhões de euros
O Banco de Exportação e Importação norte-americano (EximBank) assinou hoje um memorando de entendimento de 5,6 mil milhões de reais (850 milhões de euros) com o Governo brasileiro, visando o financiamento de projetos no Brasil.
A presidente do EximBank, Kimberly A. Reed, indicou que acordou com o Ministério da Economia brasileiro a exploração e identificação de projetos para "potencialmente usar o financiamento" e de áreas para o desenvolvimento de negócios, "particularmente em energia, como nuclear e renováveis, petróleo e gás, infraestrutura, logística, mineração e manufatura, incluindo aeronaves".
Também está previsto, no acordo, o financiamento para a área de telecomunicações, incluindo a implantação das redes de internet móvel de quinta geração, denominada "5G", que é alvo de disputas envolvendo os governos dos Estados Unidos e da China.
O EximBank informou ainda que está "preparado para considerar" um requerimento da companhia aérea brasileira Gol, para financiar a "aquisição de várias centenas de milhões de dólares de aeronaves Boeing, que deverão ser entregues em 2021".
O acordo foi assinado por Kimberly A. Reed e pelo ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, numa cerimónia que decorreu no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.
Estiveram ainda presentes no evento o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Robert O'Brien, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o embaixador dos EUA em Brasília, Todd Chapman.
A assinatura do memorando surge a menos de um mês das eleições norte-americanas, em que o candidato democrata Joe Biden enfrentará o atual chefe de Estado, o republicano Donald Trump, de quem Jair Bolsonaro é um confesso admirador.
No seu discurso de hoje, o chefe de Estado brasileiro reforçou o seu apoio a Trump, afirmando que deseja estar presente numa eventual tomada de posse em caso de reeleição do republicano.
"Não preciso esconder isso, é de coração. (...) Pelo respeito que tenho pelo povo americano e pelo trabalho e consideração que Donald Trump teve para connosco, é que eu [me] manifesto dessa forma neste momento. Espero, se essa for a vontade de Deus, comparecer à posse do Presidente brevemente reeleito nos EUA", disse Bolsonaro na cerimónia de assinatura do memorando.
Já Robert O'Brien declarou que o memorando de entendimento é um acordo "nunca antes visto, um acordo comercial de ponta, que sela a parceria entre o Brasil e os Estados Unidos"
O conselheiro de Segurança frisou ainda que o financiamento terá como destino, "especialmente", a área de telecomunicações e o 5G, "a moderna nova rede de telecomunicações que o Brasil terá em breve".
O memorando de entendimento foi assinado um dia após Brasil e EUA assinarem um protocolo sobre regras comerciais e transparência para melhorar a qualidade dos fluxos bilaterais de comércio e investimento.
O protocolo firmado tornará mais rápida e menos burocráticas as operações de comércio exterior entre ambos os países, o que poderá atrair mais negócios e investimentos.