Trump diz que as pessoas estão fartas de ouvir falar da pandemia
O Presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a atacar o seu principal consultor para a pandemia de covid-19, Anthony Fauci, dizendo que as pessoas estão fartas de o ouvir e de ouvir falar do novo coronavírus.
"As pessoas estão cansadas de ouvir falar da covid. (...) Estão fartos de ouvir Fauci e todos aqueles idiotas", disse Trump, de acordo com o jornal Politico, que relatou um telefonema do Presidente com membros da sua campanha de reeleição.
"Ele está lá há 500 anos", disse o Presidente republicano que se candidata a um segundo mandato, referindo-se ao conhecido epidemiologista que é também um dos principais consultores da Casa Branca para a epidemia, apesar das divergências com Trump em várias matérias.
"Se o tivéssemos ouvido, teríamos 700.000 ou 800.000 mortes", disse Trump, nesse telefonema, acusando o consultor de saúde pública de enviar mensagens erradas, embora tenha reconhecido que dispensá-lo a três semanas das eleições presidenciais, que ocorrem a 03 de novembro, seria contraproducente, em termos políticos.
Os Estados Unidos são o país mais afetados pela pandemia, com mais de oito milhões de casos de contágio com o novo coronavírus, incluindo cerca de 220.000 mortes.
Há uma semana, Anthony Fauci expressou o seu descontentamento sobre o uso dos seus comentários sobre a pandemia num vídeo de campanha de Trump, aconselhando mesmo o Presidente a não voltar a usar a sua figura na propaganda eleitoral republicana.
"Em quase cinco décadas de serviço público, nunca apoiei publicamente nenhum candidato", explicou Fauci, lamentando ainda que as suas declarações no vídeo aparecessem fora de contexto.
Não é a primeira vez que o epidemiologista tentou esclarecer ou corrigir comentários feitos pelo Presidente sobre a pandemia, seja sobre tratamentos, vacinas ou políticas de combate à crise sanitária.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.