Irlanda decreta nível máximo de emergência durante seis semanas
O Governo irlandês decretou hoje o alerta máximo do plano de combate à pandemia de covid-19, que obriga os cidadãos a permanecerem em casa e o encerramento de bares, restaurantes e comércios não essenciais, mantendo abertas escolas e creches.
O novo confinamento, menos restrito que o imposto na primeira vaga da pandemia do novo coronavírus, entrará em vigor na próxima quinta-feira e durará seis semanas, prevendo levantar progressivamente as restrições até ao início de dezembro, para que a economia possa recuperar durante o período natalício.
O aumento acentuado no número de casos covid-19 na semana passada forçou o governo de Dublin a decretar o alerta máximo em toda a República da Irlanda, seguindo as recomendações dos conselheiros sanitários.
Com as novas restrições, os bares e restaurante apenas poderão oferecer o serviço de venda de comida para fora, serão proibidas todas as reuniões familiares e não serão permitidas visitas a outras residências, enquanto as deslocações não essenciais, como passeios ou saídas de casa para exercícios físicos, serão limitadas a um raio de cinco quilómetros.
A população só poderá abandonar os respetivos condados para trabalhar, estudar ou "por outros propósitos essenciais", apesar de o Governo recomendar que se trabalhe a partir de casa sempre que tal for possível.
Desde o primeiro confinamento, o sucesso das restrições então impostas dependeu do grau de cumprimento voluntário da população, uma vez que as autoridades não dispõem de ferramentas legais para, por exemplo, multar os infratores.
No entanto, o Governo de Dublin confirmou hoje que está a finalizar um pacote legislativo de emergência para impor sanções durante o novo confinamento.
Segundo os últimos dados oficiais, hoje divulgados, a Irlanda não registou mortes nas últimas 24 horas, cujo total se mantém em 1.852, mas contabilizou 1.031 novos casos, com o acumulado a situar-se nos 50.993.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.