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Um ano depois…

A 15 de outubro de 2019 o XIII Governo Regional tomava posse para um mandato de 4 anos, agora com uma novidade, um governo de coligação PSD/CDS porque o PSD perdeu a maioria absoluta com que governava a Região há mais de 40 anos. E, porque é um governo de coligação, para não perder “aqueles” que já estavam afetos à máquina laranja, foi necessário proceder a alguns ajustes em termos de secretarias regionais, nomeações, troca de cadeiras, aumento do número de funcionários dos gabinetes, etc., etc. O que significa um aumento da despesa pública em milhões de euros anuais, para todos nós, contribuintes, pagarmos! Não se optou por dispensar nomeados do anterior governo, mas sim mantê-los e aumentar o número de nomeações porque passaram de 7 para 9, o número de secretarias regionais. Passamos a ter um Governo Regional mais despesista e amigo dos “amigos”! Para que todos se sentissem confortavelmente bem, tem-se vindo a aumentar, por exemplo, o número de elementos dos Conselhos de Administração da IHM, do SESARAM e, mais recentemente, do Conselho Diretivo do IASAÚDE. Estamos a falar de funções e cargos que, de certeza, quem os ocupa não está a ganhar o ordenado mínimo! No entanto, as listas de espera para consultas, exames médicos e cirurgias, continuam a aumentar!

Temos um Governo Regional que continua a “alimentar” grupos restritos do tecido empresarial regional, a injetar milhões de euros em sociedades de desenvolvimento, a injetar milhões de euros em parcerias público-privadas e a definir prioridades que favorecem “alguns” – que os estimados leitores sabem bem quem são! - em detrimento da população em geral. Um Governo Regional que definiu um programa de governo com promessas que não consegue cumprir e para não reconhecer as suas “extravagâncias políticas pré-eleitorais”, atribuem a culpa desse incumprimento, à República.

Veja-se um exemplo prático de uma promessa pré-eleitoral ainda por cumprir: Num daqueles almoços de pré-campanha na Quinta Vigia, o atual presidente do Governo Regional prometeu às centenas de ajudantes domiciliárias, alterar o valor do subsídio de transporte para as ajudantes que utilizam o seu veículo para se deslocarem a casa dos idosos, que atualmente é de 0.36€ por Km. “Esta seria uma forma de reconhecer e valorizar o trabalho destas ajudantes”, afirmou na altura! Entretanto, o prometido aumento, que era para cumprir logo após a sua eleição, não passou de mais uma promessa que está por cumprir!

Temos um Governo Regional, quase sempre escudado por uma coligação parlamentar PSD/CDS, constituído por uma “equipa” que quando vem à Assembleia para participar em plenários, não responde às questões colocadas pelos deputados da oposição, fugindo à pergunta e utilizando uma postura arrogante e de ataque pessoal, gozando e alimentando comportamentos de chacota. A verdade é que uma sábia resposta a este tipo de comportamentos, que nada dignificam os políticos e nossos governantes, passa pelo conselho de Dalai Lama: “Responder à ofensa com ofensa é como lavar a alma com lama! O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater.”

Temos um Governo Regional e uma maioria parlamentar que, cada vez mais, tem vindo a ter um comportamento reativo. Ou seja, - embora não reconheçam ou assumam – já foram várias as vezes em que reagem apenas quando são espicaçados pela oposição! São vários os exemplos em que a oposição apresenta uma solução legislativa para um determinado problema, o diploma da oposição é chumbado e depois a coligação parlamentar ou o próprio Governo, apresenta um diploma análogo e com o mesmo objetivo. E depois, ainda vem o presidente Governo Regional dizer que «precisamos de uma oposição melhor»! Não será que o Sr. Presidente enganou-se e queria dizer: precisamos de um grupo parlamentar da coligação PSD/CDS melhor, capaz de perceber o quanto a oposição tem trabalhado para o bem-estar da sociedade?! Perceber o quanto a oposição tem um papel importante na fiscalização ao Governo e na defesa dos direitos dos eleitores, mas que esta coligação teima em não respeitar!

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