Há madeirense candidatos nas eleições dos Açores?
As eleições são açorianas, mas os candidatos vêm de toda a parte. O líder regional do PPM é alentejano, o comunista é lisboeta, o do PAN é de Vila Franca de Xira e o do Livre é moçambicano.
É já conhecido por defender assertivamente os interesses dos corvinos, mas Paulo Estêvão, o único deputado do PPM no parlamento açoriano, não nasceu na mais pequena ilha dos Açores. O líder regional monárquico é natural de Serpa, distrito de Beja, no Alentejo.
Quem também se apresenta nas legislativas regionais do dia 25 pelos círculos do Corvo e de compensação, embora viva na ilha do Faial, é o coordenador regional do Partido Comunista, Marco Varela, natural de Lisboa.
A cerca de 30 quilómetros da capital, em Vila Franca de Xira, nasceu Pedro Neves, que se assume como líder regional do PAN, encabeçando as listas dos círculos de São Miguel e de compensação.
Mas foi José Azevedo, porta-voz do Livre, quem veio de mais longe e agora apresenta o seu projeto para os Açores. O candidato pelos círculos de São Miguel e compensação é natural de Nampula, em Moçambique.
Percorrendo as listas que concorrem às eleições regionais, é possível encontrar nomes provenientes de todo o país. Há, até, listas que não têm residentes nos Açores, como é o caso do Movimento Partido da Terra (MPT), que na candidatura pelo Faial tem residentes da zona da Grande Lisboa, na Graciosa apresenta apenas residentes no Funchal. São eles Daniel Gomes, Cátia Camacho e Graça Rodrigues. Em Santa Maria e no Pico da zona de Pombal, sendo que na 'ilha montanha' passam também por Mirandela.
Nos maiores círculos eleitorais, São Miguel e Terceira, o Partido da Terra avança com candidatos da zona centro do país, maioritariamente dos Marrazes, em Leiria, e do Funchal, respectivamente.
Em termos de naturalidades, as listas mais diversas estão à esquerda e na maior ilha açoriana. O BE tem, em São Miguel, uma canadiana, um brasileiro, três angolanos e um cabo-verdiano, enquanto o Livre, na mesma ilha, além do cabeça-de-lista moçambicano, inclui outra moçambicana, um venezuelano, uma ucraniana e uma espanhola.
Exemplos não faltam, em todos os quadrantes políticos e em todas as ilhas, com gente nascida em São Tomé e Príncipe, nos Estados Unidos, no Reino Unido, em Itália, em Timor e no Paquistão.
Nas eleições legislativas regionais dos Açores, que acontecem em 25 de outubro, cabe o mundo.
Existe um círculo por cada uma das nove ilhas (São Miguel, Terceira, Faial, Pico, São Jorge, Graciosa, Santa Maria, Flores e Corvo) e um círculo regional de compensação, reunindo os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.
Ao todo, são 13 as forças políticas que se candidatam aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).
O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.
Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.
O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.
Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.