Governo de Itália garante 39 mil milhões contra a crise
Objectivo passa por mitigar o impacto da pandemia de covid-19
O Governo de Itália aprovou no domingo em Conselho de Ministros um orçamento retificativo que disponibiliza 39 mil milhões de euros para mitigar o impacto da pandemia de covid-19, que já fez mais de 36.500 mortes no país.
"O principal objetivo é dar um impulso decisivo na recuperação da economia, apoiando o investimento, a educação, a ajuda social, e reduzindo os impostos sobre o trabalho e as empresas", anunciou o ministro da Economia, Roberto Gualtieri, numa publicação no Facebook.
A lei ontem aprovada será financiada com recurso a um aumento do défice e prevê usar 18 mil milhões de euros do Plano de Recuperação Europeu, adotado em julho em Bruxelas.
"Mobilizámos novos recursos significativos para tornar o sistema nacional de saúde, que foi posto à prova durante a pandemia, ainda mais eficiente e vamos canalizar quatro mil milhões de euros para ter mais médicos e enfermeiros nas nossas estruturas de saúde", disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza, citado pela agência de notícias francesa, a AFP.
"Esta é a direção certa a seguir; estamos definitivamente a virar a página dos cortes orçamentais e a começar a investir novamente na coisa mais preciosa que temos", acrescentou o governante.
A Itália, que foi o primeiro país a ser atingido pela epidemia do novo coronavírus na Europa, logo em fevereiro, antevê um aumento do défice para 10,8% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, melhorando para 7% em 2021.
A Itália contava este domingo com 36.543 mortes em 414.241 casos de infeção pelo novo coronavírus, sendo o segundo país europeu mais afetado, a seguir ao Reino Unido.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e quase 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.