O capuchinho laranja
A não recondução de Vitor Caldeira (VC) como Presidente do Tribunal de Contas (PTC) ao terminar o seu 1º mandato e a nomeação pelo Presidente da República (PR) mediante proposta do Primeiro Ministro (PM) do juiz conselheiro José Tavares (JT) como novo PTC gerou controvérsia que adveio acima de tudo das pseudo justificações públicas que tanto o PR como o PM se sentiram obrigados a prestar. O PR e o PM elogiaram VC no que foram corroborados por Rui Rio (RR) quanto ao seu desempenho como PTC. As incongruências começam quando o PR inventa com a concordância expressa do PM uma “lei” para “impedir” a recondução no cargo do PTC cessante ainda que ambos tenham considerado exemplar o respetivo mandato o que valeu a VC ter sido até condecorado pelo PR. Aliás foi o próprio PR que disse esperar que o sucessor fosse “da mesma linha” e “exatamente com o mesmo grau de exigência” de VC cujo mandato considerou “ótimo”. Então porque razão não o reconduziu? Estapafúrdia é a afirmação do PR ao enfatizar publicamente que a escolha de JT para PTC foi feita não em resultado da proposta do PM mas por uma pretensa indicação de RR, quando este manifestara desde sempre que preferia a recondução de VC como PTC em vez da nomeação de outra pessoa. Então porque razão quis o PR meter RR nesta embrulhada? Talvez porque se correr bem o mandato de JT, alvo de notícias por alegadas suspeitas de comprometimento com renegociações de PPP’s no governo do PS de Sócrates, os portugueses só se lembrarão que quem o escolheu foi do atual PR sob proposta do atual PM, mas se correr mal haverá vozes a lembrar que essa escolha foi também por indicação de RR. RR que pouco mais tem sido que uma espécie de capuchinho laranja “desfrutado” politicamente por 2 “lobos maus” sempre que precisam de engendrar as suas tramas políticas, em que ambos se complementam para fazer crer aos portugueses que o melhor para eles é a manutenção do pântano político que resulta da governação do PS nos últimos 20 anos.
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