Movimentos com cartões nacionais 'salvam' multibanco de quebra abrupta
No 3.º trimestre (Julho, Agosto e Setembro) a quebra no movimento nas caixas mutibanco foi de 8%, mas cartões nacionais aumentaram em 3%
"O valor dos levantamentos adicionados das compras feitas através de terminais de pagamento automático da rede Multibanco na Região decresceu 8,0%" no 3.º trimestre comprando com o período homólogo. No entanto, pelos dados divulgados esta manhã pela Direcção Regional de Estatística, é possível perceber que a diminuição só não é maior porque, o mais provável é que o movimento com cartões nacionais, nomeadamente de residentes na Região, conseguiu recuperar das quebras dos trimestres anteriores, crescendo 3% contra uma quebra de 56% com os cartões internacionais.
"Os dados fornecidos pela Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS) para a RAM, referentes ao 3.º trimestre de 2020, mostram que os montantes relativos às duas principais operações da rede Multibanco (levantamentos e compras através de terminais de pagamento automático), consideradas no seu conjunto, ascenderam a 430,7 milhões de euros, registando um decréscimo de 8,0% comparativamente ao período homólogo, o qual derivou sobretudo do comportamento das operações com cartões internacionais (-56,2%), já que relativamente aos cartões nacionais verificou-se um acréscimo de 3,0%", explica.
Diz ainda a DREM que "os levantamentos na rede Multibanco da Região fixaram-se em 170,8 milhões de euros, 94,9% dos quais realizados com cartões nacionais", números que perante a quebra do turismo provavelmente nunca foram tão desnivelados. "Neste tipo de cartões houve uma variação homóloga negativa (-1,7%), bem como nos levantamentos internacionais, esta significativamente mais acentuada (-52,8%). A variação homóloga global dos levantamentos entre Julho e Setembro de 2020 foi de -6,9%", acrescenta.
Por sua vez, "as compras através de terminais de pagamento automático (TPA) feitas no 3.º trimestre do corrente ano rondaram os 259,9 milhões de euros, 11,3% dos quais efetuados com cartões internacionais", outro indicador da ausência dos turistas na Madeira. "Neste tipo de cartões registou-se um decréscimo homólogo de 57,1%, enquanto as compras feitas com cartões nacionais aumentaram 6,6%. A variação global das compras através de TPA foi de -8,7%", refere, suportando mais uma vez a ideia que neste período foram os madeirenses (quiçá com algum turismo nacional) a ajudar a suportar a queda para números menos dramáticos.
No caso dos pagamentos, "verificou-se uma evolução homóloga negativa de 3,3%", frisa.
Porto Santo beneficia com turismo interno
"A análise dos dados por município mostra que o Porto Santo foi o município onde os levantamentos agregados das compras através de TPA mais cresceram (+5,2%), seguido de Santana (+3,6%) e de Santa Cruz (+3,5%). No Funchal, a variação homóloga foi de -12,7%", diz a DREM, mas há dois municípios que sofrem mais com o actual momento, Porto Moniz, com quebra de 28%, e São Vicente com redução de 14,6%.
"Analisando os primeiros nove meses de 2020, conclui-se que na RAM, o decréscimo verificado nos levantamentos adicionados das compras através de TPA foi de 12,5% (-12,8% no país). No referido período, observaram-se decréscimos homólogos em todos os municípios, à excepção do Porto Santo (+5,4%). O Porto Moniz liderou as descidas, observando-se neste município uma diminuição homóloga de 30,2% no agregado em análise. No Funchal, que concentrou 61,1% dos levantamentos adicionados das compras através de TPA, a variação foi de -17,0%", conclui.
Refira-se que no acumulado do ano, já foram movimentados mais de 1,126 mil milhões de euros, com os cartões nacionais a representarem mais de 90% dos movimentos. No ano passado, nesses nove meses, os levantamentos e as compras ascendiam já a mais de 1,287 mil milhões de euros, com os cartões nacionais a terem um peso de 83,3%. Saliente-se ainda que 2019 terminara com um acumulado de quase 1,758 mil milhões de euros, registando um aumento de 3,7% face a 2018.
