“A vida é complicada, é duro para quem trabalha”
Na rubrica 'Placa Central' desta sexta-feira, fique a conhecer a história de uma vendedora de fruta
Maria José de 56 anos é uma das lesadas pela pandemia da covid-19
Maria era taxista há mais de 15 anos, até que a pandemia chegou e assolou a economia regional. Viu-se obrigada a abandonar a profissão e a aventurar-se noutro sector – a venda de fruta – desde Maio deste ano que vende fruta numa barrada na Avenida Arriaga.
Maria José é do Jardim da Serra, freguesia de Câmara de Lobos. Passou alguns anos da sua vida emigrada no Reino Unido, onde aprendeu a falar inglês e francês. Retornou à sua terra-natal e decidiu ser uma profissional de táxi.
Na altura eram poucas as mulheres que ingressavam nessa profissão, os taxistas eram na sua grande maioria homens e por isso Maria viveu tempos difíceis, tempos de discriminação.
No início da sua carreira, alguns colegas de profissão tentavam ficar com os seus clientes, já outros faziam comentários desagradáveis: “Mandavam-me para casa lavar loiça e cozer o comer”, mas nada disso fez com que deixasse de trabalhar.
Este ano viu-se obrigada a abandonar a profissão, já que por conta da crise pandémica nem conseguia pagar os gastos do táxi. Maria conta que pretende voltar, visto que no novo trabalho passa pelas mesmas dificuldades, apontando a falta de turismo como principal motivo das poucas vendas.
A vendedora de fruta trabalha das sete às sete, de segunda a sábado.
“Apanho sol, apanho chuva, apanho secas, as vezes é complicado, a vida é complicada, é duro para quem trabalha” Maria José, vendedora de fruta na Avenida Arriaga
Contudo, diz gostar da Avenida onde fica a sua banca, “é uma avenida bonita, para mim é o espelho do Funchal” e tem esperança que os dias melhorem para voltar a trabalhar na praça de táxis do Jardim Municipal do Funchal, onde em tempos fazia parada.