Brasil diz que ganhou presidência do Conselho do Acnur por acolher venezuelanos
O Governo brasileiro justificou hoje a eleição do país para a presidência do Conselho do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), ocorrida na passada sexta feira, com os "resultados positivos" do acolhimento a refugiados venezuelanos.
Em causa está a Operação Acolhida, um programa de assistência do Governo do Brasil a migrantes e refugiados venezuelanos, e que conta com o apoio do ACNUR e de outras agências da Organização das Nações Unidas.
A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do Governo brasileiro comemorou hoje a eleição do Brasil, indicando que os "resultados positivos da Operação Acolhida colocaram o país em posição de destaque".
Também o Ministério das Relações Exteriores do Brasil indicou que a eleição "reflete o reconhecimento internacional pelo engajamento brasileiro no campo humanitário, sobretudo em razão das iniciativas inovadoras tomadas pelo Governo Federal na proteção a refugiados e no âmbito da Operação Acolhida".
Segundo o Governo, presidido por Jair Bolsonaro, o Brasil foi eleito na passada sexta-feira, em Genebra (Suíça), para exercer a Presidência do Conselho do ACNUR, pelo período de um ano.
O Conselho é responsável por coordenar as discussões entre os Estados membros, determinar as ações prioritárias e aprovar o orçamento do ACNUR.
"Pela primeira vez, desde a fundação do Alto Comissariado para Refugiados, em 1950, o Brasil ocupará a presidência do órgão de governança daquela agência", comemorou o Ministério das Relações Exteriores, em comunicado.
Dados oficiais indicam que, desde o início da crise migratória, estima-se que mais de 264.000 venezuelanos tenham entrado e permanecido no Brasil, dos quais mais de 40.000 foram beneficiários diretos do programa governamental "Operação Acolhida", que deu novas oportunidades de vida ao imigrantes em várias regiões do Brasil.
O centro da Operação Acolhida está montado em Roraima, estado brasileiro que faz fronteira com a Venezuela, e que é considerado a "porta de entrada" dos migrantes que fugem da crise política e económica no país vizinho.