Emitidos mandados de captura para capitão e proprietário de navio no Líbano
O investigador principal da explosão de agosto no porto de Beirute emitiu hoje mandados de captura para o capitão e o proprietário de um navio que transportava há sete anos nitrato de amónio para a capital libanesa.
Segundo a Agência Nacional de Notícias Estatal, trata-se de dois cidadãos russos.
Quase 3.000 toneladas de nitrato de amónio armazenadas no porto de Beirute explodiram em 04 de agosto, provocando a morte de 193 pessoas, ferimentos em cerca de 6.500 e causando danos no valor de milhões de euros.
A agência noticiosa adiantou que o juiz Fadi Sawwan remeteu o caso para a procuradoria do país, que pediu à Interpol que prendesse os dois cidadãos russos.
Os nomes dos dois homens não foram divulgados, mas Boris Prokoshev foi o capitão que dirigiu o "MV Rhosus" da Turquia para Beirute em 2013.
Igor Grechushkin, um empresário russo residente na ilha de Chipre, comprou o cargueiro em 2012 ao empresário cipriota Charalambos Manoli. Grechushkin foi interrogado em agosto pela polícia, a pedido da delegação da Interpol no Líbano.
Mais de duas dúzias de pessoas, na sua maioria funcionários portuários e aduaneiros, foram detidas desde a explosão, considerada uma das maiores explosões não nucleares jamais ocorridas.
O navio em causa partiu do porto georgiano de Batumi, no mar Negro, transportando 2.755 toneladas de nitrato de amónio destinado a uma empresa de explosivos em Moçambique.
O "Rhosus" parou em Beirute em 19 de novembro de 2013, num desvio não programado.
Em outubro de 2014, o nitrato de amónio foi transferido para o Armazém 12 do porto.
O nitrato de amónio permaneceu no armazém até explodir, enquanto o "Rhosus" nunca deixou o porto e aí afundou em fevereiro de 2018, de acordo com documentos oficiais libaneses.