Madeira

Cerca de 10 mil regressaram da Venezuela em três anos

Presidente da Assembleia fala de sucesso na integração

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Foto DR

Cerca de 10 mil emigrantes e lusodescendentes na Venezuela regressaram à Madeira nos últimos três anos, dos 400.000 com origem na Região que as estimativas apontavam como a viver naquele país. A integração dos que voltaram, sobretudo dos jovens, disse o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM), “foi um sucesso”. José Manuel Rodrigues, em entrevista à Jornal Latino TV, destacou o empreendedorismo e a preparação que facilitou essa inclusão na sociedade e que trouxe “inovação à economia da Madeira”.

O presidente da Assembleia recordou que os que regressam têm os mesmos direitos e deveres dos restantes residentes, nomeadamente em termos de habitação, emprego e oportunidades. “Desse ponto de vista as autoridades da Madeira estiveram bem, porque elaboraram um plano em várias áreas para a integração desses jovens e eles vieram trazer ‘sangue novo’ à economia regional”, sublinhou o Presidente no encontro com o órgão de comunicação venezuelano, reproduzido na página da ALM.

Sobre a situação política na Venezuela, José Manuel Rodrigues defendeu a “obrigação de apelar a que haja uma solução pacífica, uma solução que reconduza a Venezuela a um Estado de Direito Democrático, sem presos políticos e onde as diversas correntes de pensamento, de opinião e as diversas ideologias se possam expressar através de eleições livres e democráticas”. Recordou que a situação naquele país foi por diversas vezes abordada no hemiciclo, sempre com larga maioria dos deputados a se pronunciar em defesa de uma solução negociada entre as diversas partes. Acrescentou que com a presença de dois deputados naturais da Venezuela no parlamento madeirense, as questões relacionadas com os problemas das pessoas que regressam à Região têm lugar. “A situação na Venezuela está sempre presente nos trabalhos parlamentares”.

José Manuel Rodrigues, que já foi jornalista, instado a se pronunciar sobre a importância da liberdade de expressão e dos meios de comunicação social, respondeu que não há democracia sem liberdade de expressão e sem uma comunicação social livre “que possa transmitir a verdade dos factos. Nós sabemos que na Venezuela nem sempre isso acontece”, referiu. “A tentativa de quem está no poder de controlar a comunicação social é mau quando é em democracia e é péssimo quando se trata de uma ditadura. A liberdade de expressão é essencial a um regime democrático”.

Na conversa de 14 minutos deixou uma mensagem aos que permanecem na Venezuela: “É nosso dever estar do vosso lado nesta luta que também estão a manter dentro da Venezuela para que haja uma verdadeira democracia, uma verdadeira liberdade e para que a economia possa voltar a crescer”. Aos que regressaram, o Presidente da ALM incentivou a aproveitarem as oportunidades que se abrem cá: “Agarrem, vinguem aqui na Madeira que isso é absolutamente necessário para o nosso desenvolvimento económico e social”.

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