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Trump recorda que iranianos nunca venceram uma guerra

FOTO EPA
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O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que “o Irão nunca venceu uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação”, um dia após um ataque norte-americano ter matado um comandante das forças de elite iranianas num ataque no Iraque.

O comentário do Presidente na sua conta pessoal da rede social Twitter foi a primeira reacção pública de Trump, após a acção militar que matou o general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds.

“O general Qassem Soleimani matou ou feriu gravemente milhares de americanos durante um longo período de tempo e planeava matar muitos mais... mas foi apanhado! Ele foi directa e indirectamente responsável pela morte de milhões de pessoas”, escreveu Trump na sua conta de Twitter.

“Embora o Irão nunca seja capaz de o admitir adequadamente, Soleimani era odiado e temido no país”, acrescentou o Presidente norte-americano, dizendo duvidar de que o povo iraniano esteja tão triste com a morte do general como os líderes gostariam de fazer crer.

“Ele já deveria ter sido abatido há muitos anos!”, concluiu Trump.

Qassem Soleimani morreu hoje num ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdad que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.

No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O ataque já suscitou várias reacções, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas -- Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão.

O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.

No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e “outras nações livres da região” vão vingar-se dos Estados Unidos.

Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como “um acto de terrorismo internacional”.

Do lado iraquiano, o primeiro-ministro iraquiano demissionário, Adel Abdel Mahdi, advertiu que este assassínio vai “desencadear uma guerra devastadora no Iraque” e o grande ayatollah Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana, considerou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani “um ataque injustificado” e “uma violação flagrante à soberania iraquiana”.