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“Enchidos” da Autonomia

«Portanto, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.»

Mateus 20:16. Parábola dos Trabalhadores da Vinha

Quando Cafôfo recebeu a inevitável guia-de-marcha para se pisgar da Câmara do Funchal, cedo se percebeu que a listagem de potenciais vereadores que lhe sucediam no lugar, não passavam de pomposos “chouriços” para fazer número. O ilustre desconhecido a quem coube a “fava” foi um amigo do aditivado Miguel Gouveia, agora presidente, que foi repescado no “rabo-da-lancha” enquanto suplente. Ora, daqui tira-se uma óbvia ilação de que as listas de Cafôfo/PS-Madeira são elaboradas com alguns iscos que só lá foram plantados para fazerem número e engodar votantes. A listagem que esta gente exibirá ao eleitorado para as próximas eleições, cujo véu foi levantado naquele “evento de massas estrelinhas” feito há poucas semanas no Lido com meia-dúzia de apoiantes filmados de drone, é apenas um espelho amplificador dum gatinho que pretende parecer um leão, pois são poucos aqueles que se querem ver associados a um projecto vazio e desacreditado, pese embora o atraente papel de embrulho. E quem fará aquelas listas? Cafôfo, o Câmara, o Costa, alguma agência de comunicação? Ou outro qualquer “arroz-de-lapas” com outros ingredientes e zurrapas da costa-norte? Ninguém sabe, mas de uma coisa podemos estar certos. Naquelas listagens, nem tudo o que parece, “é”.

Por falar em enchidos, a crise não se limita apenas ao PS da Madeira refém dos senhores de Lisboa que cá vêm “ensinar” políticas públicas de saúde aos madeirenses, quando lá no rectângulo e nos Açores exibem o nojo da saúde pública com que se abrem noticiários nacionais. O NÓS-Cidadãos, o MPT e mais recentemente o PURP, andam de candeias às avessas com as suas estruturas nacionais, desaguando no rompimento dos seus coordenadores regionais. O estigma do centralismo dominante da classe política do continente, não é apenas apanágio dos socialistas. É bom observar que contrariamente ao PS-Madeira, há dirigentes regionais doutras forças que não se vergam aos ditames centralistas das estruturas nacionais, e exibem alguma centelha de autonomismo e alguma verticalidade. Com este estado destas oposições desavindas e autofágicas, começo a duvidar se a luta das eleições regionais, será assim tão aguerrida entre um PSD-M e um PS-M totalmente capturado por interesses do rectângulo, com um candidato mercenário com o grilhão no pescoço colocado por António Costa.

No Dia da Região e das Comunidades Madeirenses, convém reflectir bem com quem podemos contar, não apenas a lista de candidatos, mas se todos os que lá se exibem, contam mesmo, ou se destinam apenas para petiscar...