Universidade de Lisboa investe 30 milhões em alojamento para estudantes
A Universidade de Lisboa está a investir 30 milhões de euros em alojamento para estudantes e terá quase 200 novas camas dentro de um mês, disse hoje o reitor, António Cruz Serra.
António Cruz Serra falava na cerimónia de apresentação do anteprojeto para a Cantina II da Universidade de Lisboa, ao lado da Cidade Universitária, que será também ela convertida em residência estudantil.
Dentro de dois anos, quando as obras estiverem prontas, as instalações vão comportar 197 camas, num investimento de 5,6 milhões de euros.
Na apresentação do anteprojeto, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o reitor da Universidade de Lisboa fez um balanço da situação em termos de alojamento universitário.
Além da cantina que será transformada, com as obras a começarem em breve, já no próximo mês (ou o mais tardar em junho) será inaugurada a primeira fase de uma residência no bairro da Ajuda, com 196 camas, que custou cerca de quatro milhões de euros.
Na próxima semana, adiantou, será lançada a segunda fase da construção da residência da Ajuda, que contempla mais 120 camas e que deve estar terminada no final do próximo ano.
Para a Cidade Universitária já foi entregue o projeto de arquitetura para o primeiro edifício da “nova praça”, com 300 camas, devendo o projeto de execução ser entregue, no limite, até 15 de junho, disse também António Cruz Serra.
“A estimativa é que no final de 2021 possamos ter as primeiras 300 camas na Cidade Universitária”, afirmou.
Atualmente a Universidade de Lisboa tem 832 camas e pretende ter 2.300 até 2022, disse o reitor, acrescentando que os valores dos quartos em Lisboa são hoje “proibitivos” e que a obrigação da Universidade é garantir acesso aos jovens que tenham capacidade e vontade.
A cerimónia de hoje inseriu-se no Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior (PNAES), que pretende duplicar em 10 anos o número de camas a preços acessíveis para estudantes deslocados do ensino superior. Até 2022 deverão estar disponíveis mais 14.000 camas em todo o país.
Manuel Heitor recordou que a participação no ensino superior a nível nacional está nos níveis médios europeus, quatro em cada 10 jovens, e acrescentou que a ambição é que até ao final da próxima década “seis em cada 10 jovens participem ativamente no ensino superior”.
O esforço de convergência com a Europa “vai requerer a internacionalizada das instituições, e estas residências serão críticas para internacionalizar o ensino superior, nomeadamente em Lisboa”, onde este ano há 15 mil estudantes estrangeiros em mobilidade, disse Manuel Heitor, salientando que o preço do alojamento é dos principais constrangimentos desses estudantes.
Nos últimos dias o Governo já assinalou também a entrega simbólica do antigo edifício do Ministério da Educação, na avenida 5 de Outubro, em Lisboa, para o PNAES, que vai chegar a 42 concelhos, integrando de antigas pousadas da juventude a escolas e outros edifícios espalhados pelo país.
A antiga cantina, atualmente um edifício desativado, vai ser parcialmente demolida e na parte norte será construído um bloco, com quatro pisos, essencialmente para quartos, explicou o arquiteto João Sousa.
O novo edifício mantém a entrada principal e terá dois jardins interiores e áreas sociais no piso zero.