Turismo

O turismo está a mudar e é preciso acompanhar o passo

Esta é uma das conclusões que três oradores convidados a debater as opções estratégicas para o sector na Madeira

No debate que se seguiu à intervenção inicial, foram protagonistas António Jardim Fernandes, administrador do Grupo Dorisol, Duarte Correia, administrador da W2M, e Gabriel Gonçalves, presidente da Mesa das Agências de Viagens da ACIF, num debate moderado por Ricardo Miguel Oliveira, director do DIÁRIO.

Assim, Duarte Correia defende que para se ter mais e melhores vendas é importante fidelizar os actuais parceiros, porque são esses que dão melhores garantias. Lembrou que no último ano foram cerca de 900 voos a divergir da Madeira para outros aeroportos, um problema que é nacional e não local e que urge resolver. Nesta mudança de ciclo, acredita que a forma como as agências vão vender o produto é que vai mudar, não acreditando que isso coloque em perigo as empresas que souberem mudar para a era digital, num novo canal e modelo de distribuição ao qual as companhias aéreas terão papel importante, isto depois do boom das low cost.

Já António Jardim Fernandes não concorda que o impacto da falência da Thomas Cook tenha sido tão forte, porque a Madeira já beneficiava de um mix de ofertas que conseguiram suportar o impacto. Defende ainda que a Madeira tem de continuar a apostar em oferecer experiência aos turistas, mas para isso é preciso que haja um ecossistema que trabalhe o produto. Actualmente, disse, temos um ecossistema zombie que não se comunica entre si e segue ao sabor da maré. No que toca ao produto, concorda com Augusto Mateus que, ontem, defendeu os quatro pilares para o desenvolvimento do turismo: digital, mobilidade, sustentabilidade e segurança.

Por fim, Gabriel Gonçalves concorda, como quase todos, que é preciso mais verba para a promoção, ainda que os resultados têm sido positivos, é urgente uma requalificação do produto, é urgente resolver as ligações aéreas e os constrangimentos do aeroporto, tem dúvidas quanto à proposta de financiamento exclusivamente público para a promoção, proposto por André Barreto, uma vez que durante anos foram os privados que defenderam este modelo de financiamento a uma entidade que fizesse a promoção externa do destino.

André Barreto explicou que a sua proposta tem a ver com a mudança de paradigma, porque o mercado hoje exige uma resposta diferente, tanto é que quando a APMadeira surgiu tinha outras regras, por exemplo de contratação, que hoje o Estado exige mais.

António Jardim Fernandes diz que é preciso reforçar o investimento publico na APMadeira, mas reforçar as suas competências e quiçá trazer os municípios para as decisões, defendendo por isso uma taxa turística regional em vez de Municipal.

Duarte Correia concorda com essa ideia da taxa turística regional e não municipal, mas um modelo que não copie o que já se faz em Lisboa, por exemplo, sendo certo que alocar as eventuais verbas arrecadadas em taxa turística apenas na promoção não é possível legalmente, teria de ser repartido por outras valências.