Alojamento local com crescimento significativo nos Açores
Dados relativos ao primeiro semestre deste ano revelam um crescimento de 32,5% nas dormidas em alojamento local no arquipélago dos Açores, em relação ao período homólogo, confirmando a crescente relevância desta tipologia no turismo regional.
A informação disponibilizada pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA) mostra que esta foi a tipologia turística com maior crescimento no primeiro semestre de 2018, com um incremento de 37,5% no número de hóspedes.
Destaca-se o crescimento na ilha Terceira, que verificou um aumento de 78,8% nas dormidas (cerca de 13 mil) e 82,1% nos hóspedes (mais de quatro mil).
A secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo, Marta Guerreiro, acredita que o aumento se deve “à dinâmica que esta ilha tem tido em termos turísticos”.
Para essa evolução “de certeza que também contribuem de forma significativa as operações quer dos Estados Unidos, quer de Espanha, que têm apostado na componente com os empresários, na área privada, uma resposta muito interessante da parte da oferta”, afirmou à Lusa.
A ilha Terceira é a segunda da região com maior oferta de camas, dispondo de 1.829 em 327 unidades.
A primeira, São Miguel, tem 1.059 unidades registadas e oferece um total de 5.543 camas.
Nas ilhas mais pequenas os números são outros -- o Corvo, com quatro unidades registadas, oferece 22 camas; na Graciosa, onde existem 12 unidades, estão disponíveis 46 camas; e Santa Maria, que conta 32 unidades, tem 129 camas.
A ilha do Corvo foi a única que registou no primeiro semestre uma diminuição em relação ao ano anterior (-10,5%, isto é, menos 25 dormidas em alojamento local).
Já a Graciosa teve um aumento expressivo das dormidas em termos percentuais, de 85,9%, o que em termos absolutos se traduz em mais 171 dormidas.
No total, segundo dados atualizados em 24 de agosto, os Açores têm 2.176 unidades de alojamento local registadas, um crescimento de 624 em relação a dezembro de 2017.
Numa altura em que se discutem, a nível nacional, os impactos deste tipo de alojamento, o Governo Regional encara-o como um reforço muito positivo da oferta turística e da economia açoriana.
Marta Guerreiro sublinhou as “grandes virtudes que o alojamento local tem tido”, apontando como exemplos a reabilitação urbana ou a “resposta muito rápida ao crescimento” que a região tem registado no turismo.
A dirigente destacou também uma “maior equidade na distribuição dos proveitos da economia”, já que este negócio faz com que “não só os grandes hotéis e as grandes cadeias beneficiem dos proveitos do turismo, mas também muitas famílias, muitos jovens, muitos trabalhadores por conta própria que investiram neste setor”.
Estes são também os benefícios apontados pelo presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores (ALA), Rui Correia, que considera que o crescimento da oferta deste tipo de empreendimentos turísticos é muito positivo para a região.
No seu entender, está-se “ainda a muitos anos” de uma situação de saturação que é já apontada nas maiores cidades portuguesas.