País

Gaia iniciou política de não abate de animais sete anos antes de ser obrigatório

Foto Global Imagens
Foto Global Imagens

Uma política de sensibilização massiva para a adoção de animais e uma estratégia de oferta de vacinas permitiram à Câmara de Gaia não abater um cão ou um gato nos últimos sete anos.

A poucos dias da entrada em vigor da nova legislação que impede os canis municipais de abater animais errantes, fonte da Câmara de Vila Nova de Gaia disse à Lusa que desde 2011 que não há abates no concelho, devido a uma estratégia elaborada com o objetivo de procurar alternativas positivas.

“Esta aposta foi efetuada no sentido de salvaguardar a vida e o bem-estar animal, sendo que a mesma veio permitir que um grande número de canídeos e felídeos fossem reintegrados em ambiente familiar com resultados francamente positivos”, descreve informação remetida à agência Lusa pela câmara do distrito do Porto.

Em causa a Lei n.º 27/2016, de 23 de agosto, que proíbe o abate de animais errantes como forma de controlo da população e cujo período transitório termina no final do mês.

Em Gaia, a autarquia garante que já pratica a política desde 2011 e “progressivamente com critérios cada vez mais rigorosos”, o que “tem obrigado a um esforço adicional por parte de todos os intervenientes, conducente a uma taxa de adoção elevada, com a concretização e conjugação de uma série de medidas”.

São elas a divulgação do Centro de Reabilitação Animal no ‘site’ do município, o fomento de iniciativas de sensibilização com regularidade, especialmente em escolas e empreendimentos de habitação, bem como a abertura do centro a visitas de grupos escolares e a realização de campanhas de adoção.

A câmara também decidiu abrir diariamente o centro a visitantes e uma vez por mês, aos sábados (exceto nos meses de julho e agosto), de forma a evitar “desculpas” de quem por afazeres profissionais não tinha disponibilidade durante a semana para adotar um animal.

Soma-se ao leque de medidas a oferta da profilaxia obrigatória (vacina antirrábica e identificação eletrónica) entre outras vacinas polivalentes, desparasitação interna e externa e esterilização do animal.

Atualmente, além de empresas, organizações e associações não municipais, existe em Gaia um local de recolha e dedicado a adoções, o Centro de Reabilitação Animal, localizado em Oliveira do Douro, com 38 jaulas para cães e três jaulas para gatos.

No ano passado foi anunciada a construção do PATA, um novo Centro de Recolha Oficial que está a nascer na Estrada Nacional 222, freguesia de Avintes, muito próximo do Parque Biológico de Gaia.

“Irá dispor de uma maior capacidade de alojamento, instalações modelares e com novas valências”, refere informação camarária remetida à Lusa.

Já o presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, aquando da adjudicação da obra em novembro passado, revelou que o PATA custará à autarquia 600 mil euros, nascendo da “ligação muito forte do Município às questões ambientais”.

Em 2017, em Gaia foram recolhidos, 301 animais, em média 25 animais por mês. Quanto ao número de adoções, no ano passado foram adotados 250 e 41 foram restituídos às famílias, num total de 291 animais.