Presidente grego defende UE de tipo federal e adverte para risco de crise da dívida
O Presidente grego, Prokopios Pavlopoulos, defendeu hoje que a União Europeia (UE) deve tornar-se um projeto de tipo federal e tem de se preparar antecipadamente para enfrentar uma crise da dívida que, advertiu, “vem aí”.
Prokopios Pavlopoulos assumiu estas posições numa declaração no final da 14.ª reunião do Grupo de Arraiolos, que junta chefes de Estado da UE sem poderes executivos, no Castelo de Riga, na Letónia, em que participou o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
No seu discurso, de acordo com a tradução simultânea para inglês, o Presidente da Grécia, oriundo da Nova Democracia, força filiada no Partido Popular Europeu (PPE), considerou que a UE vive a sua fase “mais crítica de todas após Maastricht e após o estabelecimento da zona euro”.
Referindo-se em particular à zona euro, Prokopios Pavlopoulos sustentou que “enfrenta um grande risco de uma nova crise financeira global, a chamada crise da dívida”.
“Vem aí. Por isso, temos de nos preparar, antecipadamente, para lidar com essa crise”, acrescentou.
Segundo o Presidente grego, é preciso “um escudo para o Eurogrupo”, também é necessário “proteger o Banco Central Europeu (BCE)” e há que criar “um Fundo Monetário Europeu”.
Caso contrário, “a crise da dívida irá possivelmente rebentar e destruir o projeto europeu, o edifício europeu”, alertou.
Antes, Prokopios Pavlopoulos falou sobre o “risco emergente” dos populismos, descrevendo-os como movimentos que “fingem algum tipo de patriotismo”, mas que “a única coisa que querem é reavivar os pesadelos do passado, os pesadelos que destruíram a Europa, se não o globo”.
O Presidente grego apelou a uma união de esforços para os travar e, referindo-se às eleições do próximo ano para o Parlamento Europeu, manifestou a esperança de que os europeus digam que os populismos “não passarão”.
Neste contexto, advogou: “Temos de ser claros sobre a que tipo de Europa aspiramos”.
No seu entender, a UE tem um papel insubstituível no plano global, de promoção da paz e da democracia, e “tem de se tornar um projeto de tipo federal” para o desempenhar.
“Não estamos a abdicar das nossas identidades nacionais, da nossa soberania nacional, mas temos de criar algum tipo de forma federal de governo, com base na democracia representativa”, reforçou.