Turismo

Madeira mantém a taxa de ocupação mais alta do país apesar da quebra

DECRÉSCIMO DA TAXA DE OCUPAÇÃO SEM IMPACTO NO REVPAR NOS PRIMEIROS QUATRO MESES DO ANO EM TODO O PAÍS

Em abril de 2018, a Hotelaria da Madeira apresentou uma taxa de ocupação quarto de 81%, menos 5,2 p.p. face a abril de 2017. O preço médio por quarto ocupado cresceu 15% e o RevPar fixou-se nos 67 euros.

Tal como aconteceu no Algarve, também a Madeira apresentou variações negativas em todas as categorias na taxa de ocupação. No RevPAR e ARR, sublinhe-se a subida na categoria quatro estrelas.

Relativamente ao comportamento de janeiro a abril de 2018, comparando com o mesmo período do ano transato, destaque para o aumento de 7% do RevPAR, O preço médio por quarto ocupado foi de 71 euros e a taxa de ocupação quarto registou uma quebra de 2,4 p.p., fixando-se nos 76%.

Recorde-se que, neste período, ocorreram cancelamentos de mais de 50 voos durante o mês de março, por força do mau tempo que se fez sentir na ilha da Madeira.

Estes dados, para todo o país, foram avançados pelo Tourism Monitors da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). De acordo com o AHP Tourism Monitors, ferramenta exclusiva de recolha de dados da Hotelaria nacional trabalhados mensalmente pela AHP o primeiro quadrimestre de 2018 registou, a nível nacional, um crescimento expressivo no ARR (10%) e no RevPAR (9%), com a taxa de ocupação a registar um decréscimo de 0,7 p.p..

Nos primeiros quatro meses de 2018, a taxa de ocupação quarto em Portugal atingiu os 59% (menos 0,7 p.p.) do que em igual período do ano anterior, com a categoria três estrelas a registar a maior quebra (menos 2,1 p.p.).

Por destinos turísticos, Madeira (76%), Lisboa (73%) e Porto (64%) registaram as taxas de ocupação mais elevadas. Em termos de variação, destaque para o crescimento de Viseu (mais 5,7 p.p.), Beiras (mais 4,5 p.p.) e Alentejo (mais 3,7 p.p.).

O ARR fixou-se nos 78 euros, mais 10% do que em igual período do ano passado. Lisboa foi o destino que registou a melhor performance (101€), seguido do Grande Porto (79€) e de Estoril/Sintra (74€).

O RevPAR fixou-se nos 46 euros, com um aumento de 9%, face ao mesmo período do ano anterior. De destacar, nos destinos turísticos, o crescimento de 31% nas Beiras, 23% em Viseu e 12% em Lisboa.

Nos três principais indicadores da Hotelaria nacional, a categoria duas estrelas foi a que registou um crescimento mais expressivo: mais 4 p.p. na Taxa de ocupação, mais 8% no ARR e mais 15% no RevPAR.

As dormidas de nacionais, de janeiro a abril de 2018, tiveram um peso de 30% enquanto as dormidas do estrangeiro chegaram aos 70%. Em termos de hóspedes, 43% foram nacionais, enquanto 57% foram estrangeiros.

Numa análise às quotas de mercado das dormidas internacionais, a liderança coube à Alemanha (13%), seguido do Reino Unido (10%), França (6%), Espanha e Dinamarca (5%). A ascensão da Dinamarca ao quinto lugar do pódio das dormidas internacionais deve-se ao destino Madeira, onde os dinamarqueses alcançaram o segundo lugar como mercado emissor, no período em referência.

Em termos de performance, o maior crescimento verificou-se nos mercados brasileiro e nacional e as maiores quebras no Reino Unido e Alemanha.

Quando analisado por regiões, a maior fatia das dormidas na Região Norte coube ao mercado nacional (48%), seguidos do mercado espanhol (13%), francês (7%) e brasileiro (6%).

No Centro, os turistas espanhóis (9%) lideraram as dormidas, tendo o mercado nacional contribuído com 64%. Destaque ainda para os mercados brasileiro e italiano que correspondem a 6% e 4% das dormidas na Região Centro.

Em Lisboa, apenas 23% das dormidas foram nacionais, seguidas do mercado francês (10%). Nesta região, de assinalar o crescimento do mercado brasileiro quando comparado com o ano de 2017.

No Alentejo a maior fatia das dormidas é nacional, com 59%, e nos mercados internacionais a primazia cabe aos turistas espanhóis  (8%) seguido dos brasileiros com 7% das dormidas.

No Algarve, 22% das dormidas foram de nacionais, 29% ingleses e 15% alemães. O mercado nacional cresceu de 19% para 22% de todas as dormidas em hotéis do Algarve.

Na Madeira a liderança coube ao mercado alemão com 34% das dormidas, seguido do mercado dinamarquês com 20% de quota, enquanto o mercado nacional contribuiu apenas com 10%.

Sem novidades, no primeiro quadrimestre de 2018, “Lazer, recreio e férias” foi claramente a principal motivação das dormidas com 79% de representatividade, enquanto a motivação “Negócios/Profissionais” representou 15% e “Outras motivações” 6%.

Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal, afirma “os resultados do primeiro quadrimestre de 2018 não são uma surpresa, até porque já vínhamos a registar um abrandamento mensal na taxa de ocupação desde o início do ano. De assinalar todavia que abril foi o único mês com variação negativa neste indicador, imputável ao efeito Páscoa e também, crê-se, às condições climatéricas adversas. De referir, no entanto, que o decréscimo na taxa de ocupação não teve efeitos no RevPAR, que acabou por crescer fruto do ARR. Apesar dos resultados não serem uma surpresa, há dois destinos para os quais olhamos com alguma preocupação: Açores e Leiria/Fátima/Templários, cuja TO está em queda desde o início do ano. Em contrapartida, é interessante também registar o peso das dormidas nacionais nos destinos Norte, Centro e Alentejo, e o crescimento no Algarve, neste período, testemunho da importância que o mercado interno tem na época baixa nestes destinos.”