Usar o que temos de melhor na gastronomia para atrair turistas
‘Viajar à Mesa: Aliar a Experiência Gastronómica ao Desenvolvimento dos Destinos’ é o nome da conferência que está a decorrer no Museu da Electricidade ‘Casa da Luz’ e que é promovida pela deputada do PSD ao Parlamento Europeu, Cláudia Monteiro de Aguiar, em parceira com o Centro de Informação Europe Direct Madeira.
A sessão, que conta com a presença de elementos do Guia Michelin e da Organização Mundial de Turismo, tem como objectivo a “partilha das boas práticas”, analisando aquilo que “fazemos de bem e o que é que temos como produto que nos diferencia, é isso mesmo que o turismo gastronómico tem de fazer”, disse a deputada.
O turismo gastronómico tem de “buscar aquilo que temos de melhor em termos culturais, o que temos de produtos agrícolas, que são utilizados também na gastronomia e que todos os destinos têm de saber aproveitar”.
A eurodeputada apontou, ainda, a necessidade de se ter em atenção um factor: “cada vez mais, o turista não planeia a sua viagem com muita antecedência, faz mais em cima da hora e quer procurar novas experiências” e se “a Madeira é ‘estrelada’ em termos Michelin, há que aproveitar aquilo que temos de bom e fazer desse produto algo de excelência e diferenciado para o destino”.
A secretária regional do Turismo e Cultura, Paula Cabaço, que também está presente no evento, enalteceu o património gastronómico enquanto elemento de valorização e de diferenciação de um destino turístico, como a Madeira. “Há muitas pessoas que estão dispostas a viajar com o objectivo de conhecer a regiões vitícolas e os produtos que resultam deste território, quer os vinhos quer os produtos alimentares” e esta autenticidade “não é replicável noutro local do mundo porque a qualidade destes produtos, quer do vinho quer dos produtos agrícolas, resulta de condições edafoclimáticas e de um saber fazer, um receituário que passa de geração em geração, que só existe naquela região, e neste sentido contribui de forma determinante para a autenticidade do destino e para a sua diferenciação”.
Paula Cabaço falou também sobre os resultados económicos que resultam deste nicho de mercado, que não vêm apenas da turística, “porque a produção de produtos como o vinho e a gastronomia tradicional tem também um impacto muito positivo” no próprio local, visto que “ajuda os seus agricultores não só a valorizar estes produtos, que outrora eram produtos relativamente ‘pobres’, como incentiva a sua produção, que outrora estava esquecida”.
Reconhecimento dos chefes de cozinha
A secretária fez também questão de salientar o “grande esforço” dos chefes de cozinha na região, em relação à reintrodução dos produtos regionais nas ementas, inserindo criatividade aos pratos. “Os chefes rejuvenesceram estes pratos, apresentaram um novo formato mais apelativo ao consumidor de hoje e isso, não só permite que os produtos se mantenham, como os valoriza”.
Também a realização de workshops e visitas aos mercados têm sido mais um aspecto positivo da ligação entre o turismo, o território e os seus produtos. “Esta dinâmica está a gerar novos negócios muito além da restauração, como visitas documentadas a adegas, harmonizações gastronómicas”, ou seja, com os produtos regionais, há a possibilidade de as empresas locais criarem novos serviços para oferecerem” aos turistas.