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Jornalistas queixam-se de censura na ONU quando iam assinalar liberdade imprensa

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Jornalistas que se preparavam para intervir em uma cerimónia da Organização das Nações Unidas a propósito do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa acusaram a organizadora Aliança das Civilizações de o cancelar para evitar falar da Turquia.

Segundo a Aliança das Civilizações, a conferência foi adiada para uma data ainda por definir, devido a coincidir com outra cerimónia sobre liberdade de imprensa na sede da ONU, se bem que ambas estavam convocados desde há semanas.

O jornalista Alan Miller, fundador do Projeto de Literacia Mediática (News Literacy Project), denunciou que a suspensão do evento foi comunicada depois de a sua equipa recusar um pedido da organização para eliminar da apresentação referências a vários países onde a liberdade de imprensa é limitada.

Essas menções, explicou num texto, apareciam em vídeos que tencionava apresentar na sessão, em que apontavam as “severas restrições” à imprensa na Turquia, no México e Egito e divulgavam comentários de jornalistas russos e paquistaneses sobre os seus problemas.

Segundo Miller, um funcionário da Aliança das Civilizações pediu primeiro que se eliminasse a referência à Turquia, país que, juntamente com a Espanha, esteve na origem desta organização criada em 2005, e depois que não mostrasse nenhum vídeo.

“Eu não podia permitir esta censura da nossa apresentação”, afirmou o diretor do News Literacy Project, um programa sem fins lucrativos que trabalha com crianças para as ajudar a distinguir informações verdadeiras na era digital.

Vários jornalistas que tencionavam cobrir o ato apoiaram a sua posição, incluindo o apresentador da CNN Brian Stelter.

A Aliança das Civilizações é um projeto promovido por Espanha e Turquia para fomentar o diálogo entre diferentes comunidades e culturas e foi acolhido como iniciativa da ONU em 2005.

Jorge Sampaio, atual secretário-geral da ONU, foi o Alto Representante daquela Organização para a Aliança, entre 2007 e 2013.