Turistas que visitam Cabo Verde gastam cada vez menos no país
Os turistas que visitam Cabo Verde gastam cada vez menos dinheiro no país, tendo as despesas feitas localmente representado menos de um quinto do gasto turístico em 2017, segundo estatísticas oficiais divulgadas hoje.
Segundo o Inquérito aos Gastos e Satisfação dos Turistas, divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estátistica (INECV), Cabo Verde recebeu, em 2017, 712.199 turistas que gastaram quase 33 mil milhões de escudos (cerca de 300 milhões de euros), sendo que 82,9% foi gasto nos países de origem.
O volume dos gastos dos turistas em 2017 foi o maior dos últimos cinco anos e quase que duplicou em relação a 2016, mas a percentagem das despesas no destino diminuiu, tendência que se verifica desde 2014.
De acordo com os dados do INECV, os gastos feitos pelos turistas em Cabo Verde caíram de 25,2% em 2014 para 17,1% em 2017 (17,2% em 2016).
Os turistas gastaram mais em alimentação e bebidas (27,0%) e alojamento (26,3%).
Para os turistas que não viajaram em pacotes turísticos, o gasto em alojamento tem um peso maior (38,7%), do que o gasto em alimentação e bebidas (27,8%) e, para os turistas que viajaram em pacotes turísticos regista-se uma percentagem significativa dos gastos em alimentação e bebidas (25,2%) e artesanato (23,3%).
Os gastos diários dos turistas foram, em média, de 4.518 escudos (cerca de 40 euros), sendo os turistas que não viajaram em pacotes turísticos os que registam maiores gastos, em média 13 489 escudos (cerca de 123 euros).
Os turistas provenientes do Brasil foram os que registaram maior média diária de gastos (cerca de 94 euros), enquanto os do Reino Unido foram os que menos gastaram (cerca de 20 euros).
A maioria dos turistas que residem no Brasil, assim como os dos Estados Unidos, não viajaram num pacote turístico (84,2%), enquanto a larga maioria (95,7%) dos turistas que residem no Reino Unido viajaram integrados em pacotes turísticos.
Os portugueses gastaram uma média diária de 67 euros em Cabo Verde.
Cabo Verde foi visitado por 712.199 turistas no ano passado, mais cerca de 200 mil do que em 2016, e o maior número registado desde 2011 (cerca de 400 mil).
Os países europeus foram a origem de mais de 80% dos turistas, com o Reino Unido a manter-se como principal emissor (25,3%) seguido da Alemanha (12,0%), França (10,5%) e com a mesma percentagem Bélgica e Holanda.
Portugal representou 10,2 por cento dos turistas que estiveram no país no ano passado.
A maioria dos visitantes foram homens (54,3%), com idade média de 45 anos, trabalhadores (84,8%) e com um rendimento familiar entre 36 mil e 60 mil euros.
Em 2017, 80,0% dos turistas viajaram integrados em pacotes turísticos, e destes, 74,9% no sistema tudo incluído.
Comparado com o ano 2016, os turistas que viajaram em pacotes turísticos diminuíram 1,6 pontos percentuais (p.p.) em 2017, e os que viajaram no sistema todo incluído 25 p.p.
Uma larga maioria 82,9%, teve a sua viagem organizada por terceiros e 21,2% organizaram a própria viagem.
Dos que tiveram a viagem organizada por terceiros, 42,8% foi organizada por um operador turístico e 37,8% por agência de viagem
As ilhas do Sal (50,3%), Boavista (31,4%) e Santiago (11,2%) foram onde os turistas passaram maior número de noites, enquanto, por tipo de alojamento, o maior número de noites foi passado em hotéis (75,4%), seguidos de aldeamentos turísticos (8,1%) e casas particulares (7,6%).
Em termos gerais, a estadia média dos turistas em Cabo Verde foi de 10,2 dias, sendo maior para quem não viajou em pacotes turísticos (16,2 dias), quando comparado com os que viajaram (8,7 dias).
Os turistas mostraram satisfeitos com os bens e serviços prestados em Cabo Verde durante a estadia (92,6%), sendo que a satisfação foi maior em relação aos serviços de alojamento (89,5%) e menor relativamente ao serviço de transporte (75,1%).
A maioria dos turistas inquiridos recomenda Cabo Verde como destino turístico (97%) e manifestou a intenção de regressar a Cabo Verde (91,9%).