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Madrid adverte Catalunha que voltará a actuar com “firmeza” se for necessário

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O Governo espanhol avisou hoje que voltará a atuar na Catalunha com “firmeza e serenidade” no caso de o novo candidato à presidência daquela região não cumprir a lei depois de ser investido, previsivelmente na segunda-feira.

O porta-voz do executivo espanhol, Ínigo Méndez de Vigo, assegurou que Madrid não “terá dúvidas em voltar a atuar com firmeza” se se repetir a situação como aquela que levou à intervenção do Governo central na Catalunha.

O presidente do parlamento da Catalunha deverá convocar para sábado o início da sessão de investidura do novo candidato à presidência do Governo regional, Quim Torra, do mesmo partido de Carles Puigdemont.

O dirigente independentista catalão anunciou quinta-feira, a partir da Alemanha, que renuncia a tornar a ser o presidente da Catalunha e designou um recém-chegado à política, Quim Torra, como candidato à sua sucessão.

Segundo Méndez de Vigo, quando não se cumpre a lei, a Constituição ou o estatuto de autonomia, o Governo já demonstrou que atua com “firmeza e serenidade” e a prova disso é a situação em que se encontram os líderes independentistas que “estão a responder em tribunal”.

O processo de investidura de Quim Torra só deverá estar terminado na segunda-feira, quando for votado em segunda volta, porque os partidos independentistas ‘Juntos pela Catalunha’ e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) não têm a maioria absoluta necessária para ser investido numa primeira votação.

O terceiro partido separatista, a Candidatura de Unidade Popular (CUP) anunciou que se deverá abster, o que retira a maioria necessária a uma investidura na primeira volta.

Com esta escolha, os independentistas asseguram a nomeação de um apoiante da sua causa e evitam que sejam marcadas eleições cinco meses depois de terem ganho as últimas, em 21 de dezembro de 2017.

Torra é uma das figuras menos conhecidas dos independentistas catalães, mas em 2015 dirigiu durante vários meses a poderosa associação cívica separatista Omnium Cultural.

Este editor, de 55 anos, entrou na política em dezembro passado quando foi eleito deputado regional na lista “Juntos pela Catalunha” de Carles Puigdemont.

O ex-presidente catalão, Carles Puigdemont, fugiu à justiça espanhola e aguarda na Alemanha a sua extradição para Espanha, onde é acusado de delitos de rebelião e peculato na organização de um referendo ilegal sobre a autodeterminação da Catalunha em 01 de outubro de 2017.

Os partidos separatistas catalães voltaram a ganhar a maioria no parlamento regional em 21 de dezembro último, mas tiveram até agora dificuldade em eleger um presidente da Generalitat (governo regional) que não estivesse a ser investigado pela Justiça.