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EUA emitem vistos de trânsito para que venezuelanos possam viajar para o Panamá

Foto EPA
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A Embaixada dos Estados Unidos em Caracas anunciou a emissão de vistos de trânsito para os milhares de venezuelanos que pretendem viajar para território panamiano, na sequência da decisão do Governo venezuelano em suspender as relações com o Panamá.

“Para facilitar as viagens através dos Estados Unidos, a Embaixada dos EUA em Caracas notifica os viajantes que estão disponíveis as entrevistas para vistos de trânsito”, lê-se num comunicado da representação diplomática norte-americana.

Na nota sublinha-se que “o Departamento de Estado dos EUA está comprometido em facilitar as viagens legítimas de todos os passageiros internacionais, emitindo vistos a todos os solicitantes que estejam qualificados”.

Os interessados, além de apresentar provas de que o voo foi suspenso e de que fará trânsito pelos EUA, devem mostrar “prova de residência (na Venezuela) e laços fortes com o país onde residem”.

No passado dia 05 de abril, o Presidente Nicolás Maduro suspendeu as relações económicas e financeiras com 22 pessoas e 46 entidades jurídicas do Panamá, entre elas a Copa Airlines, uma das principais companhias aéreas da América Latina.

A medida deixou “em terra” milhares de passageiros que estão a usar outros países para fazer ligação até ao Panamá, entre eles os EUA e a Colômbia.

A suspensão, válida por 90 dias renováveis, abrangeu o Presidente do Panamá, Juan Carlos Valera, a ministra de Relações Exteriores, Isabel de Saint Malo, o ministro da Presidência, Álvaro Alemán, e a ministra de Governo, Maria Luísa Romero.

A medida, segundo Caracas, deve-se “ao uso recorrente do sistema financeiro panamiano, por venezuelanos, para mobilizar dinheiro e bens provenientes de delitos contra o património público”.

Entretanto, o Governo panamiano anunciou que vai adotar medidas de retorsão contra a Venezuela a partir de 25 de abril, suspendendo as operações de sete companhias aéreas venezuelanas também por 90 dias, prorrogáveis.

A medida abrange “todas as atividades de transporte aéreo, de passageiros e carga, das companhias aéreas venezuelanas que operam no Panamá” e são aplicáveis à Aeropostal Asas da Venezuela, Avior Airlines, Conviasa, Laser, Ravsa, Santa Bárbara Airlines e Turpial Airlines.

A 30 de março passado, o Panamá decretou sanções contra o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e ainda outros 54 funcionários governamentais e 16 empresas venezuelanas, por “alto risco” em matéria de branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e de armas de destruição maciça.