Madeirense de 56 anos vai dar a volta ao Mundo sozinho num veleiro e volta em 2022
Henrique Afonso vai recriar a epopeia do ‘Vinho da Roda’ num barco com 9 metros de comprimento. A ideia é regressar daqui a três anos e ancorar na Festa da Lapa, no Paul do Mar
Henrique Afonso, de 56 anos, vai zarpar em Janeiro rumo a uma epopeia que levará aproximadamente três anos a concretizar.
Sozinho, a bordo do veleiro ‘Sofia do Mar’, que tem cerca de nove metros de comprimento, o madeirense natural do Funchal, mas a residir no Jardim do Mar “há alguns anos”, gosta de ser tratado por “pirata” e descreveu um pouco daquilo que será esta aventura que irá terminar, imagine-se, “na Festa da Lapa”, certame onde pretende ancorar em 2022, a meados de Julho.
“Saio daqui rumo a Canárias, depois passo, provavelmente, por Cabo Verde e tenho de estar em Março no Panamá, no Oceano Pacífico. E a partir daí será tudo novo para mim, uma descoberta. Sei lá onde vou parar, vou navegando...”, adiantou Henrique Afonso, que irá levar consigo a bordo do ‘Sofia do Mar’ várias garrafas de Vinho Madeira “sem intenções de o vender”, a fim de reproduzir a epopeia do ‘Vinho da Roda’.
“A ideia surgiu porque sou ‘vagabundo’ e não faço nada da vida (risos). O que é que eu vou fazer aqui?”, mencionou o funchalense, acrescentando que cobra “um euro para colar autocolantes no veleiro”, a quem o queira fazer.
Entretanto, pode acompanhar as aventuras de Henrique Afonso no ‘Diário do Pirata’, página de Facebook criada especialmente para esta viagem.
Afinal, o que é o ‘Vinho da Roda’?
O denominado ‘Vinho da Roda’ surgiu no século XVII, nas escalas rumo à Índia, quando esta rota se tornou um dos principais mercados para a produção vinícola insular.
Aí, constatou-se que durante o transporte para aquela zona a sua qualidade melhorava quando chegava à Europa, visto que nos porões dos navios as temperaturas atingiam níveis elevados na passagem pelos trópicos.
Esta evidência fez com que o Vinho Madeira passasse a ser enviado para as Índias apenas com esse objectivo, assegurando uma fama sem precedentes, sobretudo na Inglaterra onde a sua comercialização atingia preços elevados, o que levou os produtores a fazerem investimentos na estufagem, uma técnica que é utilizada ainda hoje pelos produtores, na Região.