Escolas apresentam 2.915 medidas no âmbito do Programa Nacional de Promoção de Sucesso Escolar
O secretário de Estado da Educação apontou ontem que, no âmbito do Programa Nacional de Promoção de Sucesso Escolar lançado em 2016, as escolas apresentaram 2.915 medidas, cuja eficácia será alvo de um “primeiro relatório global” em 2018.
João Costa, que participava no Porto numa sessão/debate organizada pela Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, disse estar “confiante” na opção do Governo de em vez de lançar uma norma, ter dado às escolas a possibilidade de decidirem que medida a adotar.
Em causa estão os Planos de Ação Estratégica, sendo que as escolas foram convidadas a fazer planos próprios, tendo apresentado, descreveu, “medidas simples e cirúrgicas”.
O secretário de Estado da Educação contou que aquilo que “surgiu da totalidade dos planos elaborados pelas escolas são 2.915 medidas” que abarcam várias áreas como o envolvimento parental, a reorganização de turmas para lidar com dificuldades de leitura, medidas de trabalho colaborativo entre professores ou medidas de reflexão sobre os instrumentos de avaliação, entre outras.
“Há uma escola em Azeitão que faz as aulas de ciências na Serra da Arrábida para ter muito mais trabalho experimental.Isto é interessante porque não é uma imposição do Ministério sobre as escolas mas são as escolas a terem autonomia para terem as suas medidas próprias. Ficámos contentes com o entusiasmo com que as escolas têm vindo a abraçar este plano”, disse João Costa em declarações à agência Lusa.
O Programa Nacional de Promoção de Sucesso Escolar foi lançado em 2016, sendo que a par da “confiança” com que falou do envolvimento das escolas, o governante vincou que a estrutura de missão está também a desenvolver instrumentos de monitorização para que cada escola possa fazer o trabalho e avaliação sobre a eficácia da medida.
“Estes planos são dinâmicos. Até durante o ano, uma medida não está a resultar, a escola tem de ter autonomia para reinventar e refazer o seu plano”, descreveu.
Quanto a resultados, no final dos primeiros dois anos, ou seja em 2018, será feito um primeiro relatório global, mas João Costa adverte que “não há resultados imediatos em educação”.
“Pode haver um investimento direto na raiz dos problemas para que o insucesso escolar não chegue a acontecer. Estamos a atacar os problemas no início. Uma peça importante no Plano de Promoção do Sucesso Escolar é o investimento no pré-escolar, a universalização aos três anos”, vincou.
O secretário de Estado frisou ainda que muitas das medidas dos planos são dirigidas ao 1.º ano de escolaridade e salientou a importância de “investir na qualidade das aprendizagens”.
João Costa participava num debate sob o tema “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória - como preparar os docentes para este desafio?”, no qual respondeu a perguntas de dezenas de diretores de escolas e professores.
“Não vale a pena estarmos a sonhar medidas se não ouvirmos a escola”, foi uma das frases que marcou a sessão.