SUMOL+COMPAL diz que imposto sobre refrigerantes vai afectar negativamente o mercado
A SUMOL+COMPAL afirmou ontem que o mercado dos refrigerantes será “afetado negativamente” pela criação do imposto sobre refrigerantes, referindo que o impacto negativo será mais forte nas vendas no canal alimentar.
No comunicado com os resultados de 2016 divulgado hoje, a empresa começa por afirmar que este ano, “em Portugal, o mercado dos refrigerantes será negativamente afetado pela aplicação, a partir de 01 de fevereiro, do Imposto Especial de Consumo às bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes”.
A SUMOL+COMPAL afirma que “o impacto negativo será certamente significativo e mais forte nas vendas no canal alimentar, uma vez que nos estabelecimentos deste canal o preço médio por litro da bebida tende a ser bastante inferior ao preço médio por litro de bebida nos estabelecimentos do canal Horeca” (hotéis, restaurantes e cafés).
No comunicado, no qual apresenta as perspetivas para este ano, a empresa “entende não ser possível prever a evolução do volume de negócios” em Portugal (onde a SUMOL+COMPAL realiza cerca de 70% do seu volume de negócios), “tendo em conta que o mercado dos refrigerantes é o que tem maior peso, em valor, na categoria das bebidas refrescantes, e a importância daquele mercado para a SUMOL+COMPAL”.
Já nos mercados internacionais, a empresa afirma ter a expectativa de aumentar as vendas, embora refira que “este crescimento está muito dependente da evolução das vendas em Angola, o seu principal mercado internacional”.
Em Angola, “a empresa precisa de gerir, por um lado, a necessidade de alargar a oferta do tipo de embalagens disponíveis e de aumentar a capacidade instalada e, por outro lado, o risco de rotura no abastecimento de matérias-primas e materiais de embalagem à fábrica do Bom Jesus, em resultado da dificuldade na obtenção de divisas para o pagamento daquelas”, lê-se no comunicado.
Noutros mercados africanos, nomeadamente nos países francófonos, a SUMOL+COMPAL “espera crescer”, em resultado da aposta que tem vindo a fazer nos últimos dois anos.
A SUMOL+COMPAL anunciou hoje que registou em 2016 lucros de 10,5 milhões de euros, um aumento de 24,7% face aos 8,4 milhões de euros verificados no ano anterior, e que atingiu um volume de negócios de 355,8 milhões de euros, mais 4,3%.
As vendas totais da empresa atingiram, no ano passado, 346,1 milhões de euros, uma subida de 5,4% face ao período homólogo.
No mercado português, as vendas cresceram 5,4%, para 245,1 milhões de euros, enquanto nos mercados internacionais atingiram 101,0 milhões de euros, o que representa um aumento de 1,3%.
A SUMOL+COMPAL refere que as vendas nos mercados internacionais representam 30% do total, tendo a empresa feito vendas em mais de setenta países.
O Orçamento do Estado para 2017 introduziu a tributação dos refrigerantes e das bebidas açucaradas em sede de Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA), o que mudou o nome do imposto, que passou a ser imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes.