Turismo

É essencial para o Turismo ter infraestruturas aéreas necessárias

A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, considera ser "essencial" Portugal ter as infraestruturas aéreas necessárias para responder à procura de turistas, sublinhando a importância de ser tomada uma "decisão e rapidamente avançar".

"Para o Turismo é essencial garantir que temos a competitividade aérea e as infraestruturas necessárias para acolher o cada vez maior número de pessoas que procura Portugal não só para visitar, para viver, para trabalhar, para estudar", disse a governante, após a assinatura de um memorando de entendimento entre o Governo e a ANA-Aeroportos de Portugal para aprofundar estudos sobre o uso da base aérea do Montijo.

Lembrando os dados do Instituto Nacional de Estatística que revelaram um número recorde de 19 milhões de hóspedes nos hotéis em 2016, a governante referiu que a perspetiva para os "próximos dez anos é continuar a crescer".

A governante citou ainda o crescimento de 21% de passageiros no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, em janeiro, numa comparação homóloga, para concluir que "há uma procura ao longo de todo o ano e tem que haver capacidade para receber o aumento crescente de pessoas".

"É importante tomar uma decisão e rapidamente avançar e deixarmos de andar aqui com indefinições. O importante é esclarecer, estabelecer 'timings' para o desenvolvimento do projeto e ter este dossier tratado para continuarmos a crescer, como temos vindo a crescer", concluiu à agência Lusa.

Questionada sobre uma eventual perda de competitividade dos aeroportos nacionais, por a expansão aeroportuária dever ser suportada por taxas cobradas às companhias aéreas, a governante referiu que o país demonstrou ser "muito competitivo em termos de captação de novas operações e de rotas aéreas".

"A competitividade de Portugal, neste momento, é inequívoca e tenho a certeza que continuará", disse.

No seu discurso na cerimónia de assinatura do memorando, o presidente da Confederação do Turismo Português, Francisco Calheiros, notou que o processo de expansão enfrenta "inúmeras contrariedades", frisando que "uma questão tem de ficar clara: a expansão para o novo aeroporto é um imperativo nacional".

"O próximo desafio é pensar com o Governo" uma solução para que os "assuntos relacionados com transportes aéreos, demais infraestruturas e acessibilidades estejam debaixo da alçada do turismo", acrescentou.

Para o dirigente, as medidas na área dos transportes aéreos serão "mais produtivas se houver um pensamento estratégico comum".

O memorando de entendimento entre a ANA -- Aeroportos de Portugal e o Governo foi assinado cinco anos antes do calendário previsto no contrato de concessão.

O calendário para efetivar a escolha do Montijo como aeroporto complementar de Lisboa prevê que até novembro deste ano sejam completados os estudos ambientais, enquanto na primeira metade de 2018 serão concluídas a avaliação ambiental e a negociação contratual com a ANA.

Durante o próximo ano serão desenvolvidos os "projetos de detalhe, para que, caso o Governo aprove a proposta final do concessionário, a construção do aeroporto no Montijo possa iniciar-se em 2019 e terminar em 2021", como anunciou hoje o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

Com um aeroporto complementar no Montijo fica assegurada a duplicação da capacidade atual de transporte aéreo da região de Lisboa, que passará a poder movimentar 72 aviões por hora e transportar 50 milhões de passageiros por ano.