Carlos Pereira diz que “malabarismos de Jardim regressam em força”
O PS discorda com a privatização do capital de algumas empresas públicas, nomeadamente as parcerias público-privadas (Via-expresso e Via-Litoral) e a Empresa de Electricidade da Madeira (EEM).
“No caso das PPP é uma aldrabice privatizar 20% de empresas que vão receber da Região, até 2029, cerca de 880 milhões de euros. No caso da EEM a privatização vai aumentar a factura da electricidade para as famílias e para as empresas madeirenses e porto-santenses, que o PS não aceita”, disse Carlos Pereira.
O socialista entende que esta é “uma atitude ruinosa” para os contribuintes e acusa o Governo de Albuquerque de se estar a ‘ajardinar’. “O Governo Regional, há dez anos, que coloca nos orçamentos regionais a possibilidade de privatização de algumas empresas do sector público empresarial, mas as notícias mais recentes deixam o PS preocupado e merecem a discordância dos socialistas”, afirmou, acrescentando que “uma delas tem a ver com as PPP, uma vez que 20% dessas empresas estão nas mãos da RAM, tratando-se, pois, de um esquema para financiar a dívida da região”.
O socialista disse ainda que em contrapartida, “essas empresas entregavam à RAM cerca de 500 milhões de euros, mas que custará cerca de 2,5 milhões de euros aos contribuintes”. Nesse sentido, o presidente do PS-M afirmou, de igual forma, que “falar em privatizar, em ceder esses 20%, que cada uma dessas empresas tem, é entregar às empresas privadas, cerca de 880 milhões de euros, que estão por receber da Região Autónoma da Madeira até 2029”.
Além disso, o líder do PS-M frisou que estas empresas, à custa dessas transferências, têm lucros anuais na ordem dos 20 milhões de euros, sendo as empresas mais lucrativas do país.
“Estar a entregar empresas, desta natureza, a entidades privadas, privatizando o restante capital, é ruinoso, estando parte do capital nas mãos da Região permitiria minimizar o negócio ruinoso que o Governo Regional e o PSD fez para a Madeira”, criticou.
Carlos Pereira entende que isto só revela que a “renovação da renovação que se fez, recentemente, no Governo Regional vem trazer ao de cima o pior do ‘jardinismo’”. “De facto, os mecanismos, os esquemas e os malabarismos que havia ao longo da governação do Alberto João Jardim voltaram em grande força”, sustentou.
Em relação à Empresa de Electricidade da Madeira disse “não há condições para privatizar, neste momento, esta empresa, sob pena dessa privatização levar ao aumento dos custos da electricidade para os madeirenses e porto-santenses, sejam as famílias, sejam as empresas”.
Carlos Pereira entende que tudo isto vem em sentido contrário com o que se está a passar no plano nacional, onde há um movimento no sentido de impedir que este tipo de empresas possam auferir de ganhos desmesurados, procurando garantir uma redução dos custos para as famílias e para as empresas da electricidade.
“A Madeira e este Governo Regional do PSD parece caminhar num sentido contrário de poder de alguma forma entregar estes serviços a empresas privadas e, assim, levar a que os custos da electricidade para os madeirenses e porto-santenses fique mais alta e, portanto, acabando por piorar o rendimento disponível da população”, concluiu.