Centeno quer “ganhar, se possível à primeira volta”
O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou à entrada para a reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, que o objectivo para a eleição de hoje do novo presidente “é obviamente ganhar”, e se possível à primeira volta.
“O objectivo em qualquer eleição em que nos colocamos é obviamente ganhar. Fizemos o que tínhamos que fazer dentro do grupo dos países com governos sociais-democratas (socialistas), depois conversando de forma muito aberta com os outros grupos políticos”, afirmou aos jornalistas, à chegada à reunião.
Questionado sobre se conta triunfar logo na primeira volta da votação, sorriu, admitiu que “seria um bom resultado”, e comentou que “qualquer candidato que seja eleito à primeira volta num processo destes tem obviamente uma posição se calhar reforçada”.
Elisa Ferreira diz que eleição de Centeno seria importante para Portugal e Europa
A vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, considerou hoje que “seria muito importante para Portugal, mas também para a Europa”, se a candidatura de Mário Centeno ao Eurogrupo obtiver sucesso, desvalorizando os falados “riscos de dispersão”.
“Acho que seria muito importante para Portugal, mas também para a Europa, se, de facto, a candidatura tiver sucesso como espero que tenha na medida em que a união monetária precisa de ser completada e não está acabada”, disse.
Elisa Ferreira, que falava aos jornalistas à margem da conferência “Investimento e financiamento do investimento: financiar a recuperação económica e o crescimento - desafios para Portugal no contexto europeu” que esta manhã decorre no Porto, desvalorizou que possam existir “riscos de dispersão”, lembrando que o actual líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, é ministro na Holanda.
“É exactamente um ministro das Finanças de um dos países membros aquele que assume as funções de presidente do Eurogrupo. Portanto, é evidente que não há uma alternativa, há uma cumplicidade entre alguém que exerce as funções de ministro das Finanças e alguém que coordena os ministros das Finanças”, disse Elisa Ferreira.
No sábado, o Presidente da República defendeu que Mário Centeno, caso seja eleito presidente do Eurogrupo, não se deve esquecer de que “começou por ser ministro das Finanças” e que só chegará a Bruxelas por esse motivo.
“Tem de olhar para a Europa e na Europa estar atento ao que é fundamental para a Europa, mas não se deve esquecer de que começou por ser ministro das Finanças e só lá [ao Eurogrupo] chega por isso, não caiu do céu”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O ministro das Finanças português, Mário Centeno, é o candidato oficial dos socialistas europeus (PSE) ao cargo de presidente do Eurogrupo.
Além de Mário Centeno, a corrida à presidência do Eurogrupo conta também com Pierre Gramegna (Luxemburgo), Peter Kazimir (Eslováquia) e Dana Reizniece-Ozola (Letónia) e a eleição terá lugar na reunião do Eurogrupo de hoje, em Bruxelas.
A propósito desta eleição, Elisa Ferreira considerou hoje que “é preciso criar condições para que quando há uma crise seja na zona Euro, seja em alguns países, existam mecanismos que permitam o relançar da economia e da dinâmica, sem causar danos graves”, elogiando a capacidade de Centeno para o cargo.
“Portanto, há muitas peças que faltam, quer na união monetária, quer na união bancária e a experiência de quem já passou este processo e que o viveu, acho que pode trazer um grande valor acrescentado se conseguir de facto completar esses dois projectos: a união monetária e a união bancária”, completou.