Proveitos crescem acima dos 13% na hotelaria nacional
Os proveitos totais e de aposento da hotelaria em Portugal aumentaram 13,1% e 14,7%, respectivamente, em 2015 face a 2014, superando a subida de 8,6% registada nos hóspedes e de 6,7% nas dormidas, divulgou hoje o INE.
Segundo os resultados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2015 os proveitos totais aumentaram 13,1% e os de aposento 14,7%, a preços correntes, "superando ligeiramente" a evolução do ano anterior (+12,2% e +13,1%).
Os proveitos de aposento, face aos totais, aumentaram o seu peso de 70,6% em 2014 para 71,6% em 2015, tendo a estada média (2,81 noites, -1,8%) mantido uma evolução semelhante à de 2014 (-1,2%) e a taxa de ocupação registado um aumento inferior ao do ano anterior (+2,1 pontos percentuais [p.p.], para 46,1%).
Com uma evolução "positiva, mas aquém de 2014", estiveram os hóspedes e as dormidas, que em 2015 atingiram os 17,4 e os 48,9 milhões, respetivamente, subindo 8,6% e 6,7% (no ano anterior a subida havia sido de 11,7% e 10,4%, pela mesma ordem).
No ano passado, as dormidas de residentes fixaram-se em 14,5 milhões (+5,3%), "desacelerando expressivamente" face ao ano anterior (+12,8%), enquanto as de não residentes (34,4 milhões) aumentaram 7,3% (+9,3% em 2014 e +7,7% em 2013) e representaram 70,3% do total (mais 0,3 p.p.).
Comparando as dormidas de residentes e de não residentes em 2015 face a 2005, verifica-se que os valores de 2015 foram superiores em 24,6% e 44,2%, respetivamente.
Considerando apenas o mês de dezembro de 2015, o INE nota o impulso dado pelos mercados externos no reforço do crescimento na hotelaria em Portugal, tendo-se registado nesse mês 989,2 mil hóspedes e 2,3 milhões de dormidas, equivalentes a aumentos homólogos de 9,6% e 9,8%, superiores aos de novembro (+7,2% e +8,4%) e de outubro (+9,4% e +6,8%).
As dormidas dos mercados externos reforçaram a tendência de crescimento (+7,4% no mês anterior e +11,6% em dezembro), enquanto o mercado interno aumentou, mas com abrandamento (+10,8% em novembro e +7,1% em dezembro).
No último mês de 2015, a estada média aumentou ligeiramente (+0,2%) para 2,29 noites, tendo a taxa líquida de ocupação cama aumentado 2,2 p.p. para 28,3%.
Já a evolução dos proveitos foi claramente positiva em dezembro (+14,6% para os proveitos totais e +16,1% para os de aposento), superando a evolução de 11,9% e 13,1% do mês anterior.
Nesse mês, é referido um "aumento expressivo" de 11,6% das dormidas de não residentes (face a +7,4% em novembro), "o mais elevado nos meses de 2015, a par de janeiro", para um total de 1,4 milhões.
As dormidas de residentes, pelo contrário, desaceleraram (+10,8% em novembro e +7,1% em dezembro 2015), contrariamente à evolução verificada no ano anterior (+6,1% em novembro e +16,1% em dezembro 2014), tendo correspondido a 870,7 milhares.
Analisando os países emissores de turistas, verifica-se que em dezembro os 12 principais mercados emissores representaram 82,0% das dormidas de não residentes (80,8% em dezembro de 2014), tendo Espanha liderado no aumento de procura.
O mercado britânico (quota de 18,6%) desacelerou ligeiramente, tendo os resultados anuais de 2015 evidenciado um aumento de 8,7% nas dormidas (+9,1% em 2014), enquanto Espanha teve uma "expressiva subida" em dezembro (+33,9%) e reforçou a sua representatividade para 17,0%, encerrando 2015 com um acréscimo de 3,2% nas dormidas, em desaceleração face ao crescimento de 14,6% de 2014.
O mercado alemão (quota de 13,8%) terminou 2015 com um crescimento das dormidas de 10,7%, enquanto as dormidas de hóspedes provenientes de França (8,2% do total) registaram um aumento de 13,1% em dezembro e em termos anuais aumentaram 11,4% (+16,9% em 2014).
No total de 2015, as dormidas aumentaram em todas as regiões, nomeadamente nos Açores (+19,6%), Norte (+13,6%) e Alentejo (+11,8%), tendo as três principais regiões turísticas - Algarve (34,0% das dormidas totais), Lisboa (25,1%) e Madeira (13,5%) - apresentado "crescimentos moderados" de respetivamente 2,7%, 6,7% e 5,8%, com "claro abrandamento" nos casos do Algarve e Lisboa e aceleração na Madeira.
Já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi 37,8 euros (+14,4%, face a uma subida de 9,3% em 2014) no período acumulado de janeiro a dezembro de 2015.