Turismo

Guiné-Bissau empenhada em captar mais turistas e investimento hoteleiro português

A Guiné-Bissau está empenhada em captar turistas e investimento português, segundo o Ministério do Turismo e do Artesanato, que adianta que foram criados estímulos para as empresas e que vão participar em eventos de promoção do destino.

À margem do 42.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Aveiro, o diretor-geral do Ministério do Turismo e do Artesanato guineense, Juliano Nunes, admitiu que "a Guiné-Bissau é um país virgem, onde está tudo para fazer" e que a sua presença em Portugal - numa altura em que ocorre um dos maiores eventos do setor - marca a vontade de aprender.

Juliano Nunes admite que a instabilidade política penalizou o caminho que pretendem fazer no Turismo, nomeadamente porque negociações que existiam com grupos hoteleiros portugueses como "o Pestana e o Oásis", por exemplo, foram canceladas, mas garantiu que pretendem "retomar agora" essa tentativa de captação de investimento para o país.

Para isso, acrescenta, foram já criados vários estímulos à fixação de investimento na Guiné-Bissau, nomeadamente a isenção de pagamento de impostos durante 10 anos.

"Para além disso, ao contrário de outros países, não é necessário ter um parceiro guineense", sublinhou ainda o responsável.

Pela estratégia de captação de turistas portugueses passa a participação "em todos os eventos" de promoção daquele destino - "onde a criminalidade é quase zero", reforça -, nomeadamente na próxima BTL - Feira Internacional de Turismo, entre 15 e 19 de março, à semelhança do que já aconteceu este ano.

O diretor-geral do Ministério do Turismo e do Artesanato da Guiné-Bissau disse também que, apesar da instabilidade política, "há muito investimento estrangeiro a acontecer", nomeadamente de grupos hoteleiros franceses e espanhóis, dois mercados cujos turistas "crescem muito" no país.

O responsável não avançou números de turistas portugueses, nem os que os visitam nem metas, mas a companhia aérea portuguesa Eurotlantic - a única portuguesa que viajava para aquele país nos últimos anos - diz que transportou 10 mil passageiros [entre turistas portugueses, guineenses e outros] entre Portugal e a Guiné-Bissau em 2015.

Entre janeiro e novembro de 2016, segundo dados que a Agência Lusa consultou da ANA- Aeroportos de Portugal, entre Portugal e a Guiné-Bissau viajam 23.096 pessoas, mais 16% que no período homólogo.

A TAP retomou os seus voos para a Guiné-Bissau em 01 de dezembro deste ano.

Os voos da TAP de e para a Guiné-Bissau estavam suspensos desde dezembro de 2013, quando a tripulação de um voo da companhia aérea portuguesa foi coagida pelas autoridades de transição guineenses a transportar 74 passageiros sírios ilegais para Lisboa, o que mereceu fortes críticas da comunidade internacional e levou à suspensão da operação da companhia nesse país.

Em novembro de 2014, a companhia privada portuguesa EuroAtlantic iniciou as suas operações regulares, ligando, com voos diretos, Lisboa e Bissau, inicialmente com um voo semanal e mais tarde aumentado para dois.