Turismo

Procura esgota viagens e tarifas para residentes

Os preços escaldam, mas nestes casos o custo real para o residente é bem mais baixo do que no regime anterior.

Se tiver que viajar de urgência entre a Região e o Continente prepare-se para o pior. Como já foi notícia por diversas vezes, os preços escaldam, embora o novo regime de subsídio de mobilidade proteja os residentes das lógicas de mercado e das estratégias comerciais das companhias aéreas.

As compras de última hora confrontam-se com tarifas altas que decorrem da “lei da oferta e da procura”. Mas não só. Bem mais grave é não haver lugares disponíveis ou lugares com tarifas não abrangidas pelo subsídio.

Na TAP era possível ir bem cedo a Lisboa e voltar no último deste domingo por 373 euros, logo, abaixo do tecto máximo definido para reembolso, que permite pagar pela viagem apenas 86 euros. O problema coloca-se para voos de segunda e terça-feira. Nas partidas já não há tarifas abrangidas pelo subsidio de mobilidade. Apenas económica sem restrições e executiva.

Na quarta-feira é possível partir mas só às 14h30 por 261,46 euros. Se regressar no dia seguinte na melhor tarifa, ao fim do dia, paga mais 152,46 euros, o que perfaz quase 414 euros, 14 acima do tecto máximo. Assegurada a comparticipação pública, o passageiro gasta do seu bolso 100 euros pela opção. No regime anterior teria que pagar 354 euros.  Os 60 dias de espera pelo reembolso é que deitam tudo a perder.

Na easyJet os três voos à partida do Funchal com destino a Lisboa para este domingo e os dois de segunda-feira estão esgotados.

Na terça-feira só é possível viajar nesta companhia aérea à noite por 282 euros. Na quarta-feira a ida matinal custa 300 euros. Se voltar no mesmo dia, ao final da tarde, paga mais 129 euros. O montante total (429 euros) supera o tecto máximo de 400 euros, mas, na prática, contando com a comparticipação máxima de 314 euros, se for residente vai poder viajar por 115 euros (86+29).

Juntando a esta contas uma outra equação, nem sempre presente nos raciocínios partilhados em rede, se o modelo anterior de subsídio de mobilidade vigorasse, abatidos ao custo total os então 60 euros de reembolso, a mesma viagem custaria ao passageiro 369 euros, mais 254 euros do que pagará agora.

Na Transavia uma viagem com destino ao Porto esta segunda-feira de manhã custa 342 euros. Se regressar à Região no dia seguinte paga mais 97 euros. O custo total é de 439 euros. Subtraindo o reembolso de 314 euros, o valor real a desembolsar pelo passageiro é de 125 euros.

As simulações aqui apresentadas, as quintas publicadas desde que entrou em vigor o novo subsídio de mobilidade, foram feitas pelo DIÁRIO, às 12h de ontem, nos sites das companhias aéreas e sem recurso a intermediários.