Governo dos Açores reitera disponibilidade para ajustes a novo modelo aéreo
O Governo dos Açores reiterou na terça-feira que o novo modelo de ligações aéreas ao continente, em vigor desde março, está a ser alvo de monitorização, admitindo a introdução de "ajustes" e "correções".
"O Governo [Regional] cumpriu um compromisso que tinha assumido, mas o governo também não considera que o seu trabalho esteja concluído em relação a este assunto. Necessitamos agora de fazer um acompanhamento muito próximo, uma monitorização muito minuciosa da forma como este novo modelo se estabilizará", disse o presidente do executivo, Vasco Cordeiro, na terça-feira à noite, no final de uma reunião com o Conselho de Ilha do Pico.
Durante a reunião, os conselheiros do Pico insistiram na defesa de mais ligações aéreas ao continente na época alta e na possibilidade de voos 'charter' para potenciar os investimentos feitos no setor do turismo nos últimos anos na ilha, que está a ter cada vez mais procura por parte de turistas.
Vasco Cordeiro garantiu que o executivo se manterá atento às "necessidades que vão surgindo" e às "correções que se afigurem ser necessário fazer", repetindo a ideia transmitida aos conselheiros pelo secretário regional dos Transportes, Vítor Fraga, de que este é o "ano zero" do novo modelo de voos e que depois poderá haver "ajustes".
Quanto aos 'charters', Vítor Fraga lembrou que essa é uma opção dos operadores privados, mas garantiu que o executivo regional tem desenvolvido um "trabalho permanente de prospeção do mercado" para atrair este tipo de voos para a região, incluindo o Pico.
Ainda durante a reunião, Vasco Cordeiro sublinhou que nos primeiros meses deste ano, o turismo cresceu em oito das nove ilhas dos Açores, o que desmente a ideia de que o setor está só a desenvolver-se em São Miguel, a única ilha para onde estão a voar 'low cost' desde março.
Outro assunto abordado pelos conselheiros do Pico foi o projeto para a construção de um terminal de passageiros no porto de São Roque.
O executivo regional disse que prosseguem os testes relativos ao segundo anteprojeto desenvolvido para o terminal, esperando ter na sua posse um relatório no final deste mês.
No final da reunião, Vasco Cordeiro disse aos jornalistas que o Governo Regional mantém a posição que assumiu na visita do ano passado à ilha, ou seja, de que não avançará com este investimento, estimado em 30 milhões de euros, se os testes aos projetos não forem satisfatórios.
No entanto, o executivo considera que o terminal "é necessário" e fará tudo para encontrar uma "boa solução", sublinhou.
Em resposta a questões dos jornalistas, Vasco Cordeiro revelou, por outro lado, que o Governo Regional já enviou uma carta ao ministro da Economia, Pires de Lima, a pedir explicações sobre as tarifas aéreas máximas para residentes na Madeira anunciadas na segunda-feira e que são mais baixas do que as fixadas para quem vive nos Açores.
"O que essa situação configura é uma noção muito particular daquilo que deve ser a coesão. Quem está mais perto é mais apoiado do que quem esta mais longe. No caso concreto, a Madeira, que está mais perto, é mais apoiada", afirmou.