Portugal apresentou hoje uma candidatura ao conselho executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT), a eleger em setembro e onde se propõe assumir um "lugar de relevo do ponto de vista político" compatível com o peso do setor no país.

Em declarações à agência Lusa no final da 58.ª Comissão Regional da Europa da OMT - que decorreu em Haifa, Israel - o secretário de Estado do Turismo destacou que "há mais de uma década" que Portugal não está representado no conselho executivo daquela organização internacional, mas "a relevância que o turismo tem no país e o crescimento que tem demonstrado justifica que o país tenha, de novo, um papel de destaque".

"É importante para Portugal conseguir levar às instâncias internacionais os assuntos e os desafios que sente em matéria de turismo e que são diferentes dos de alguns dos países que estão em vias de desenvolvimento ou que têm uma relação com o turismo menor do que a nossa", sustentou Adolfo Mesquita Nunes.

Entre estes, o governante apontou "os assuntos relativos à economia digital, ao 'big data' [análise de dados'], às conexões aéreas e à competitividade do setor", salientando que, em Portugal, estão em desenvolvimento "um conjunto de iniciativas destinadas a favorecer o crescimento da economia digital na área do turismo, do empreendedorismo e das 'start up' na área do turismo", assim como as "oportunidades do 'big data' no setor".

"O 'big data' e o 'open data' oferecem ao setor do turismo um dos seus maiores desafios e uma das suas maiores oportunidades. O mundo do turismo está a mudar a uma velocidade bastante rápida e o 'big data' coloca desafios para os quais ou o setor se prepara, ou deixa de conseguir prestar serviços tão eficazes aos seus clientes quanto as empresas que já estão a aderir às suas potencialidades", sustentou.

Conforme explicou Mesquita Nunes, o 'big data' e os 'smart destinations' (destinos inteligentes - territórios dotados de uma infraestrutura tecnológica avançada e integrada para garantir o seu desenvolvimento sustentável e facilitar a experiência e interação entre o território e o visitante) fornecem hoje ao setor "mecanismos de conhecimento do turista que não se imaginavam possíveis há dois ou três anos".

Sendo certo que "vão continuar a fazê-lo nos próximos anos", o secretário de Estado considera tratar-se de "uma oportunidade que Portugal tem que agarrar".

Neste contexto, Adolfo Mesquita Nunes diz estarem já em curso, por iniciativa do Turismo de Portugal, "algumas iniciativas na área do empreendedorismo", adiantando que, "nos próximos tempos", serão anunciados novos projetos na área do 'big data' e dos 'smart destinations'.

Com um mandato de dois anos, o próximo conselho executivo da OMT será eleito no próximo mês de setembro durante a cimeira da organização que decorrerá em Medellín, na Colômbia.

À margem da deslocação a Israel para participar na 58.ª Comissão Regional da Europa da OMT, o secretário de Estado do Turismo diz ter participado em vários debates e reuniões relativas ao papel e oportunidades do 'big data' e da economia digital no setor.

Afirmando ter-se reunido, entre outros, com o ministro do Turismo de Israel e com o presidente da Câmara de Tel Aviv, Mesquita Nunes salientou que Israel "é um país que se tem destacado nestas áreas ao nível global", pelo que o objetivo foi "trocar experiências" e perspetivar futuras "colaborações" nesta área.