Autoridades aeronáuticas lusófonas vão promover Português como língua de trabalho
As autoridades aeronáuticas lusófonas vão debater hoje e sexta-feira, na Cidade da Praia, propostas para, a longo prazo, tornar a Língua Portuguesa um idioma de trabalho na Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO, na sigla inglesa).
Em declarações à agência Lusa após a sessão de abertura da V Reunião da Comunidade das Autoridades da Aviação Civil Lusófonas (CAACL), João Monteiro, presidente em exercício da instituição, garantiu que no encontro um grupo começará a traduzir documentação vária importante para Português.
"O objetivo a longo prazo é trabalhar conjuntamente com a ICAO no sentido de se introduzir paulatinamente a utilização do Português como língua de trabalho", afirmou o também presidente da Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, que, no durante os trabalhos, cederá a liderança da CAACL ao homólogo da Guiné-Bissau.
Para já, acrescentou, a reunião irá permitir dar início a um projeto de formação de instrutores em Português para a formação de pessoal também em Língua Portuguesa, sob o 'chapéu' da ICAO, entidade que, numa recente reunião em Montreal (Canadá), incentivou a CAACL a retomar as atividades, paradas desde 2011.
Por isso, disse João Monteiro, a reunião da Cidade da Praia, que não conta com representantes de Timor-Leste, irá retomar a dinâmica, redefinir os planos de atividade e dar continuidade às ações das autoridades aeronáuticas lusófonas, havendo ainda a formalização da adesão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito na CAACL.
"Tendo em conta que a Guiné Equatorial começou a ser membro da CPLP, entendemos que seria natural convidarmo-la a estar presente como observador no encontro, em que formalizaremos a entrada na organização", explicou.
Criada em 2007, a CAACL realizou a sua última reunião em 2011 e integra, além de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor-Leste, os restantes cinco Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) - Angola, Brasil, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
A Comunidade das Autoridades de Aviação Civil Lusófonas foi criada com o propósito de garantir a harmonização e conjugação de esforços para fazer face ao contexto da globalização, o que impõe alterações substanciais ao transporte aéreo e imprime uma nova dinâmica de crescimento da aviação civil internacional.