Pestana Nova Iorque obrigou a “luta séria”
Depois de Miami, Nova Iorque. O sonho americano concretiza-se para o Grupo Pestana que, no Verão de 2017, abre um hotel de quatro estrelas, com 176 quartos, situado perto de Times Square, mais concretamente na 39.ª Avenida, no West Site, entre a 8.ª e a 9.ª avenidas.
Após três anos de negociações e com propostas para quase uma centena de projectos, o grupo Pestana adquiriu uma propriedade onde vai começar a construir um hotel com 25 andares. O processo exigiu paciência. O presidente do grupo, Dionísio Pestana, confessou ontem ao DIÁRIO que “o negócio foi difícil”. Daí sentir “muita satisfação” com o desfecho.
Assume que “o campeonato dos Estados Unidos é forte porque há muita procura por parte dos investidores e a oferta quando aparece no mercado provoca uma luta séria, forte e agressiva”. Uma luta que “infelizmente não acontece em Portugal”. Tem pena, mesmo admitindo que Nova Iorque seja um caso à parte.: “É uma das três capitais do mundo onde essa luta acontece e quando se consegue é um êxito para quem é hoteleiro e investidor”.
A procura por Nova Iorque é alucinante. “As estatísticas dizem isso. Os nossos consultores quando fizeram os estudos de mercado apontaram para previsões de taxas de ocupação à volta de 85%. Nova Iorque só baixou no 11 de Setembro meia dúzia de pontos durante seis meses mas recuperou logo”.
Estima que o grande desafio vai ser o preço, que decorrerá de um bom produto, “diferenciado”, e de um excelente serviço. Acredita que com a conjugação destes factores o rendimento disponível por quarto será generoso.
Os preços de entrada em cena deverão rondar os 230/250 dólares por pessoa, mas com um produto com características europeias e portuguesas prevê acrescentar mais 50 dólares ao valor da diária.
Dionísio Pestana tem definido o perfil para o hotel que terá 3 componentes: lazer, congressos - já que o centro de convenções fica a 100 metros - e negócios. O mercado potencial mora preferencialmente ao lado: quer apostar no mercado brasileiro e em geral em todo o que for proveniente da América do Sul, no norte-americano, sem esquecer os europeus.
Acredita que a cultura Pestana vingará nos EUA. A primeira experiência com três anos é já uma referência. As ocupações em Miami estão acima dos 75%. A posição no TripAdvisor face à concorrência é elucidativa. O sucesso assenta numa mais valia muito grande nem sempre valorizada internamente, mas apreciada pelos clientes, e que “é o facto de termos nascido na Madeira e termos uma preocupação com o bem servir”.
Apesar do entusiasmo, a estratégia no mercado norte-americano não passa por aventuras. “É consolidar as operações em curso e pensar uma de cada vez, conhecer o mercado local e estabelecer parcerias com investidores que, tal como nós, querem diversificar o risco”.
Amesterdão a seguirO grupo português também alimenta o sonho europeu, apesar de não ser fácil encontrar terrenos nas grandes capitais. e em mercados estabilizados. Depois das unidades em Londres, Berlim e Barcelona, nasce em breve o Pestana Amesterdão. A obra para construir um hotel de cinco estrelas num edifício histórico arranca este Verão.
O investimento de cerca de 35 milhões de euros está mais do que justificado. Amesterdão é um dos destinos mais procurados do mundo para lazer e negócios, tem o 4º melhor desempenho da Europa, o 8º em termos de valorização de ativos hoteleiros e um lugar de destaque no top 10 do ranking do ICCA de eventos e congressos.
A presença em Madrid também continua a ser negociada com afinco embora seja também difícil já que poucos abrem mão do património, que nos bons sítios da capital espanhola funcionam como “a verdadeira reforma das famílias”.
Amanhã há mais
Lisboa está igualmente na rota de crescimento do grupo Pestana. Na edição de amanhã do DIÁRIO, revelaremos o plano de investimentos para os próximos meses em Portugal. Mas não só. Dionísio Pestana responde a várias questões antes de mostrar a dimensão do negócio em mais uma edição da BTL.