Complexo turístico inacabado no Alentejo vai a leilão por 4ME
Um complexo turístico inacabado, situado no concelho de Redondo, no distrito de Évora, cujo promotor foi declarado insolvente em 2012, vai a leilão, na sexta-feira, com uma base de licitação de quatro milhões de euros.
A Herdade da Palheta, que inclui um hotel em fase de construção e uma área total de 300 hectares, vai a leilão na sequência da insolvência da empresa Euro-Atlântica III, Empreendimentos Urbanísticos, indica um anúncio publicado na página na Internet da leiloeira Leilosoc.
Consultado hoje pela agência Lusa, o anúncio refere que o empreendimento foi classificado como projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e "prevê a construção de uma unidade hoteleira de características conventuais com 73 quartos, com base na casa senhorial já existente".
O complexo turístico, segundo a mesma publicação, engloba 26 hectares de vinha, já plantada e em exploração, estando projetado um campo de golfe de 18 buracos, um aldeamento turístico com casas de campo e uma barragem.
Ivo Rodrigues, da Leilosoc, disse à Lusa que, apesar do nicho de mercado, é esperada a presença de "cerca de uma dezena" de investidores, incluindo estrangeiros, no leilão da Herdade da Palheta, que se realiza, na sexta-feira, às 14:30, numa unidade hoteleira de Évora.
Indicando que a missão da leiloeira é "recuperar o máximo de capital possível para os credores", o responsável frisou que a venda da herdade "é muito importante para a economia local" e pode ter "impacto nacional", porque pressupõe que "alguém vai investir e criar postos de trabalho".
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Redondo, António Recto, afirmou que o município quer "ver concluído o projeto", atendendo a que os benefícios da sua concretização "extravasam o concelho e têm impacto na região".
O autarca lembrou que se trata de "um projeto PIN" de um conjunto de vários investimentos anunciado para o Alentejo pelo então primeiro-ministro, José Sócrates, numa cerimónia em Monsaraz, no concelho de Reguengos de Monsaraz, sendo que é "aquele que tem construção feita".
"A empresa faliu com a conjuntura nacional e foi para um processo de insolvência" e a obra "foi-se arrastando ao longo de vários anos", lamentou António Recto, mostrando-se otimista que algum investidor "pegue no projeto", mesmo que faça algumas alterações.
"Estamos cá para, dentro daquilo que é legalmente possível, fazer as eventuais alterações para que se conclua o projeto", acrescentou.
Segundo o edital publicado no portal judicial Citius, a Euro-Atlântica III, Empreendimentos Urbanísticos foi declarada insolvente pelo Tribunal de Loulé a 23 de novembro de 2012.