Turismo

Aumento do tempo de estada de turistas é o desafio da região Centro

A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, afirmou ontem em Coimbra que o grande desafio da região Centro passa por conseguir que os turistas que a visitem "fiquem mais tempo".

"A região Centro precisa claramente de conseguir que os turistas passem cá mais tempo. Tem grande capacidade de atrair turistas, nomeadamente a nível cultural, mas é preciso conseguir que os turistas fiquem mais tempo e consumam mais", disse Ana Mendes Godinho, considerando que é necessário haver "valor acrescentado" na oferta turística de forma a garantir um aumento da estada.

A secretária de Estado sublinhou ainda que, face ao muito turismo interno que se observa na região, a vontade do Governo "em aumentar a capacidade disponível dos portugueses" poderá ser uma janela de oportunidades para a zona Centro.

Ana Mendes Godinho apontou ainda para o Centro de Convenções e Espaço Cultural do Convento de São Francisco, espaço que visitou hoje de manhã, como um exemplo na forma como o património pode ser usado para "atrair investimento, criar emprego e dinamizar aqui um novo tipo de procura turística nesta zona Centro".

O espaço pode "atrair mais turistas", promovendo também "alguma capacidade de reposicionamento" da região, "como zona de congressos, de eventos e de turismo de negócios".

Questionada pela agência Lusa sobre a liberalização dos alojamentos locais, a secretária de Estado afirmou que o processo está em fase de avaliação, assim como os restantes problemas identificados no setor, que serão analisados e corrigidos "com calma e serenidade".

"Neste momento, não há urgências", frisou.

A secretária de Estado visitou o Convento de São Francisco e outros espaços de Coimbra, no âmbito de um périplo que está a fazer pelo país para conhecer os problemas e potencialidades de cada região de Portugal.

À margem da visita, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, disse aos jornalistas que está convicto de que as obras do centro de convenções estejam terminadas a 31 de dezembro, frisando que tem "esperança" de que o espaço abra "em pleno na primavera".

Parte das obras do empreendimento - as que foram financiadas por fundos comunitários - "têm de estar" terminadas a 31 de dezembro.

Quanto à utilização do espaço, Manuel Machado frisou que não se pretende transformar o Convento de São Francisco numa "monocultura", apostando-se numa "estratégia agregadora das diversas atividades que aqui podem ter lugar", de forma que o espaço possa ser rentável "do ponto de vista social e económico".

Envolvendo um investimento superior a 30 milhões de euros, comparticipado por fundos europeus, o Centro disporá, designadamente, de um auditório com 1.150 lugares, um espaço multifunções, na Igreja de São Francisco, com 450 lugares, salas de conferências e reuniões, centro de arte contemporânea, restaurante, café-concerto e estacionamento (mais de meio milhar de lugares distribuídos por quatro pisos).