Turismo

Ryanair admite abrandar investimento em Portugal devido a subida de taxas aeroportuárias

O aumento das taxas cobradas às companhias aéreas nos aeroportos portugueses pode travar o crescimento da Ryanair em Portugal, afirmou hoje o diretor comercial da transportadora de baixo custo irlandesa, David O´Brien.

Em conferência de imprensa em Lisboa, o responsável defendeu que o aumento do tráfego nos aeroportos portugueses devia levar a uma redução das taxas aeroportuárias e não a um aumento como tem vindo a acontecer, contando-se quatro subidas desde a privatização da ANA -- Aeroportos de Portugal, tendo o último ocorrido a 01 de janeiro.

"Não quer dizer que vamos abandonar a operação em Portugal, mas podemos travar o crescimento. Comparámos os valores e temos muitas alternativas", disse David O'Brien, realçando que a companhia tem "oportunidades" em outros mercados com custos mais atrativos.

Já antes a companhia aérea irlandesa tinha criticado os aumentos das taxas nos aeroportos portugueses, considerando que podiam dissuadir o investimento, mas agora com a nova subida as críticas subiram de tom.

Questionado sobre a privatização da TAP, o porta-voz da Ryanair afirmou que "a companhia não tem seguido o processo", por não ter qualquer interesse na transportadora de bandeira portuguesa, contrapondo que está mais preocupado com o acordo celebrado com os novos donos da ANA, que prevê um acréscimo das taxas mediante o aumento do número de passageiros.

As taxas aeroportuárias cobradas às companhias aéreas aumentaram a 01 de janeiro pela quinta vez desde a privatização da gestora de dez aeroportos portugueses, ganha pelo grupo francês Vinci, no início de 2013.

O último aumento chegou a estar suspenso, devido a uma reclamação das companhias e da IATA, mas entretanto o regulador deferiu provisoriamente a entrada em vigor deste novo aumento, sobre o qual terá que tomar uma decisão final até 15 de março.

Apesar da frequência da atualização das taxas, a ANA defende que "a soma dos aumentos nos últimos cinco anos é inferior a um euro (97 cêntimos), por passageiro, ficando o aeroporto de Lisboa, ainda assim, 22% abaixo da média do grupo de aeroportos de comparação, nomeadamente o de Madrid, onde o valor cobrado por passageiro fica 78% acima do preço praticado na capital portuguesa.

A partir do verão, a Ryanair vai reforçar a operação a partir do aeroporto de Lisboa com sete novas rotas para Bremen, Eindhoven, Hamburgo, Milão, Ponta Delgada, Roma e Varsóvia, totalizando assim 17 rotas a partir de Lisboa.