Turismo

TAP no centro das atenções em dia de estratégia para Madeira

A TAP esteve no centro das atenções no dia em que a Madeira ganhou o "Documento Estratégico para o Turismo até 2020".

A presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), Cristina Pedra, abriu as hostilidades, ao alertar para a necessidade da privatização da TAP ser feita "cautelosamente".  Até porque a Região "enquanto arquipélago, depende do transporte aéreo para o turismo, para toda a sua economia e mobilidade dos seus residentes e de todos os que a procuram".

A responsável pela ACIF considerou ser "fundamental preparar bem e cautelosamente o processo de privatização da TAP, por forma a que esta possa ser gerida eficientemente, com uma estratégia empresarial, definindo a adequada política de investimentos e planos comerciais agressivos", salientando que "uma TAP saudável é uma mais valia para a RAM e para Portugal". Contudo, interroga-se sobre o serviço a prestar. "Com que frequência, em que horários, com que tarifários?" foram questões deixadas na cerimónia de apresentação do documento.

A privatização foi desmistificada pelo secretário de Estado do Turismo. Aliás, capitalizar a empresa não é problema para Mesquita Nunes, farto de discussões platónicas em torno de relações alegadamente afectivas que quer que se mantenham em relação a uma empresa que presta serviço e voa e não para com uma empresa que fecha.

Pelo facto da TAP ser tão determinante para o turismo é que Francisco Calheiros estranha que o Governo não tenha ainda conseguido fechar o dossier. Uma irresponsabilidade quando se sabe que 86% do turismo chega a Portugal por via aérea, lembrou.

Sem contemplações esteve Alberto João Jardim. "A TAP não funciona e não serve". "A privatização não vai funcionar". "Continuo a defender uma companhia de bandeira, desde que se fechasse a existente e fosse aberta outra".

Perante as críticas que o vice-presidente da TAP ouviu, Luiz Gama Mor deixou uma garantia qualquer que seja o cenário futuro: "O nosso compromisso com a Madeira continua a ser total". De resto, entende ser normal a crítica, "eventualmente mais acerbada na Madeira", "mas isso mostra o carinho e a importância que as pessoas dão para a TAP e isso aumenta a nossa responsabilidade".

Aliás, em relação às ilhas, a aposta da TAP não sofre inflexões. Num cenário de liberalização das ligações aéreas com os Açores, o que a agrada à TAP - graças à experiência na Madeira -, Luiz Gama Mor deixa claro que embora aguarde pelas regras, a TAP não vai abandonar a operação no arquipélago dos Açores.