O secretário de Estado do Turismo apelou hoje ao setor para que reflita numa forma de ajudar a travar o preconceito que se está a criar de que Portugal tem, agora, "Turismo a mais".

Adolfo Mesquita Nunes falava na apresentação, em Lisboa, do tema do 40.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) - 'Turismo: Desafios e Responsabilidades' -, que se vai realizar este ano em Évora, de 5 a 8 de dezembro.

"Ao tema deste congresso, gostava de acrescentar um outro desafio: nos últimos tempos, quem lê alguns jornais, quase que parece que Portugal se transformou numa espécie de formigueiro de turistas. Turistas que só causam estragos, que tiram espaço para transitar, com lojas de souvenir a mais (...), parece que temos turismo a mais", disse Adolfo Mesquita Nunes.

Para o secretário de Estado, "é extraordinário" que se tenha passado "de um ano em que faltavam turistas para um ano em que se diz que há turismo a mais", sendo que, em sua opinião, nem uma situação nem outra é verdade.

"É um desafio que o setor tem de demonstrar, que aquilo a que estamos a assistir em Portugal [aumento de turistas] é uma salutar manifestação de uma atividade económica, que gera emprego, que gera receita. Não podemos deixar que se instale de repente a ideia que ter turistas é algo que deve ser combatido, que deve ser travado ou limitado", sublinhou.

"Não temos, nem nunca me ouvirão dizer que temos turismo a mais", reforçou, lembrando que há "ainda a questão" de Portugal estar a especializar-se "em turismo de massas".

"Turismo de massas, não sei, mas que os turistas estão cá a deixar as suas massas, estão, porque estamos a bater todos os recordes de receitas no setor", ironizou o secretário de Estado, lembrando que o que mais têm crescido são os empreendimentos com mais estrelas.

"Pensem como é que se pode ultrapassar este preconceito que se criou agora", apelou perante uma plateia de vários agentes e operadores ligados aos mais diversos ramos do Turismo.

Já sobre o congresso da APAVT, Mesquita Nunes felicitou a APAVT "por escolher mais uma vez um destino nacional", num ano "particularmente positivo para o turismo interno, no qual os portugueses se estão a juntar aos estrangeiros" na criação de um "extraordinário ano turístico".

"É bom saber que a APAVT aposta num destino interno e que aposta num destino como o Alentejo, que tem crescido muito e bem", disse ainda Adolfo Mesquita Nunes.