Porto e Norte de Portugal esperam que Verão consolide destino como "referência nacional"
Os operadores turísticos do Porto e Norte de ortugal acreditam que o verão consolidará o estatuto de "destino de referência nacional" que já reclamam, antecipando taxas de ocupação entre os 70 e 85% e um reforço dos visitantes nacionais.
"A perspetiva que tenho é que os resultados turísticos para esta época alta serão bons, até porque há um indicativo muito importante que me permite afirmar isto com alguma certeza: Os resultados do primeiro trimestre do Instituto Nacional de Estatística deram um crescimento de 7% em termos de dormidas na região e de 4,4% em termos de proveitos globais no setor", afirmou o presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, à Lusa.
Estes crescimentos, sublinha, aconteceram "ainda numa época baixa", mas com os resultados "a refletirem o esforço feito para combater a sazonalidade", afirmou o mesmo responsável.
Sustentando que o turismo da região "é, claramente, hoje, um destino de referência nacional", o responsável recordou ter sido "o único que, no último ano, cresceu acima da média nacional".
"Temos uma panóplia de oferta de qualidade e de excelência, incluindo uma zona marítima e balnear de 110 quilómetros com grande qualidade, com 66 praias com bandeira azul de Caminha a Espinho, que permite diversos desportos náuticos, numa oferta diversificada", salientou.
Melchior Moreira apontou ainda o sucesso de outros produtos estratégicos regionais, desde o turismo de natureza à gastronomia e vinhos, que, "interligados com o sol e praia, poderão potenciar a oferta na região Norte".
Os mais recentes contactos do Turismo do Porto e Norte junto de algumas unidades hoteleiras apontam para uma taxa de ocupação atual "entre os 35 a 40%, mas Melchior Moreira garante que "estão todas preparadas para receber muitos turistas" nas próximas semanas.
"O único problema que me referem são as condições climatéricas, mas acredito que, mesmo com o tempo assim, vamos ter taxas simpáticas de ocupação na região, na ordem dos 70% em termos globais, o que contribuiria para que os proveitos da região continuassem a crescer como até agora", sustentou.
Bastante equilibrada no que respeita à capacidade de atração de turistas nacionais e estrangeiros, a região Norte prevê para este verão "um ligeiro crescimento do mercado interno".
"Há muita gente que ia para o Algarve e que fica, hoje, na região, que atrai pessoas do Centro de Portugal e de Lisboa para fazer as suas férias de verão", destaca o presidente da entidade regional de turismo, admitindo que "terá algo a ter com a crise, mas, acima de tudo, com a diversidade e com a qualidade da oferta hoje proporcionada".
Sobretudo nas principais cidades da região, nomeadamente no Porto, Braga, Guimarães, Viana do Castelo e Vila Real, o presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) antecipa que a taxa de ocupação ronde mesmo os 80 a 85%, crescendo "ligeiramente" face ao verão passado.
"Ainda são tudo perspetivas, porque cada vez mais as pessoas marcam as férias em cima da hora, mas, na pequena ronda que fiz pelos hotéis, a ideia é que a tendência será de a taxa de ocupação melhorar um bocadinho face ao ano passado, em que se situou nos 82/85% no final do verão", afirmou, por sua vez, Rodrigo Pinto Barros à Lusa.
É que, notou, os principais mercados emissores de turistas para a região -- Espanha, França, Brasil e Itália, com destaque para os dois primeiros -- "começam a dar alguns sinais de recuperação económica, o que tem levado a um aumento da procura".
Pela negativa, o líder da APHORT refere a previsível manutenção dos preços na hotelaria e restauração: "Infelizmente os preços vão manter-se mais ou menos iguais, mas gostaria que aumentassem um bocadinho, mesmo que a ocupação diminuísse, porque relativamente à nossa qualidade estamos baixos em preço", disse.
Defendendo que "o Porto e Norte rapidamente têm de começar a modificar a sua política de preços, porque senão isto torna-se insustentável", Pinto Barros entende que o RevPar (receita por quarto disponível) médio deverá tendencialmente subir até aos 55/57 euros, contra os atuais 45/47 euros.
Embora "a grande porta de entrada dos turistas" na região "continue a ser o Porto", Rodrigo Pinto Barros destaca que "os turistas cada vez mais se vão espalhando pela região", com Braga e Guimarães a registarem subidas na ocupação e no tempo de permanência.
A este respeito, o presidente da APHORT aponta para um tempo de estadia atual em cada cidade do Norte "de, no máximo, dois dias, três no caso do Porto", embora admita que, "nesta época alta, as estadias vão rondar uma semana" para percorrer toda a região.
Em busca não só de turismo de sol e praia, mas também cultural, religioso, cultural e de natureza, o turista tipo do Porto e Norte "gosta fundamentalmente", segundo Pinto Barros, "de boa qualidade de serviço, boa gastronomia e produtos turísticos diversificados", predominando, na altura do verão, as famílias e visitantes a partir dos 35 anos.