TAP "não utiliza espaço aéreo ucraniano"
A companhia aérea portuguesa TAP - Air Portugal informou hoje que “não utiliza o espaço aéreo ucraniano”, onde, no leste do país, se despenhou um avião da Malaysian Airlines, alegadamente abatido por um míssil.
Após várias companhias aéreas europeias e uma norte-americana terem anunciado a suspensão dos voos sobre o leste da Ucrânia e de a organização europeia de segurança e navegação aérea (Eurocontrol) ter restringido este espaço, a TAP - Air Portugal esclareceu à agência Lusa que não o utiliza.
O Governo francês pediu hoje às companhias aéreas para evitarem o espaço aéreo ucraniano, a seguir ao despenhamento de um avião da Malaysian Airlines, enquanto a alemã Lufthansa, a norte-americana Delta Airlines e várias companhias aéreas russas também anunciaram a decisão de evitar o espaço aéreo ucraniano.
Entretanto, a organização europeia de segurança e navegação aérea (Eurocontrol) anunciou o encerramento do espaço aéreo do leste da Ucrânia, na sequência do despenhamento do avião.
O Boeing 777 da Malaysia Airlines fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur com 295 pessoas a bordo e desapareceu dos radares da Ucrânia a uma altitude de 10.000 metros.
O aparelho perdeu a comunicação com terra na região oriental de Donetsk, perto da cidade de Shaktarsk, e palco de combates entre forças governamentais ucranianas e rebeldes federalistas pró-russos.
Entretanto, as autoridades de Kiev e os rebeldes acusaram-se mutuamente de estarem na origem do míssil que terá causado a catástrofe.
O Presidente ucraniano, Petro Porochenko, já afirmou que este foi “um ato terrorista”, admitiu a possibilidade de o avião “ter sido abatido” e assegurou que “as forças armadas ucranianas não efetuaram tiros suscetíveis de atingir alvos no ar”.
Por seu lado, um conselheiro do ministro do Interior ucraniano, Anton Guerachtchenko, foi mais preciso e disse que o avião foi abatido por um míssil Bouk “graciosamente oferecido aos terroristas (os rebeldes prorussos) pelo (presidente russo Vladimir) Putin”.
O “primeiro-ministro” da autoproclamada “República Popular de Donetsk”, Alexandre Borodai, disse que o aparelho foi abatido pelas forças aéreas ucranianas e que se tratou de uma “provocação deliberada”.
A notícia da queda do aparelho foi já abordada entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o chefe de Estado norte-americano, Barack Obama, que já lamentou "a tragédia".
“O Presidente russo informou o Presidente dos Estados Unidos de informações de controladores aéreos que tinham chegado momentos antes da conversação telefónica e que indicavam que o avião se tinha despenhado na Ucrânia”, disse o Kremlin através de comunicado.
Entretanto, “vários holandeses” e quatro franceses, “no mínimo”, estavam entre os passageiros, segundo as autoridades dos seus países.
Contactado pela Lusa, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse desconhecer, por enquanto, se existiam portugueses a bordo.
“A Direção-Geral dos Assuntos Consulares está a fazer todas as diligências possíveis no sentido de saber se há portugueses ou lusodescendentes entre os passageiros do avião”, afirmou.
O primeiro-ministro malaio, Najib Razak, anunciou já a abertura de um inquérito ao acidente.
Este caso surgiu quatro meses depois de um outro avião da Malaysian Airlines, com 239 passageiros a bordo, ter desaparecido no Oceano Índico e nunca ter aparecido.