Turismo

Operadora portuguesa de turismo religioso tenta captar católicos sul-coreanos

Uma empresa portuguesa de turismo religioso procura captar os fiéis católicos, que estão a aumentar na Coreia do Sul, para peregrinações a Fátima e a outros santuários na Europa, revelou hoje um responsável.

A Scalivete, especialista em turismo religioso e na promoção de peregrinações ao Santuário de Fátima, Braga e Santiago de Compostela (na Galiza, Espanha), é uma das 14 empresas que integram a delegação empresarial que acompanha a visita oficial à Coreia do Sul do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que hoje começou.

O subdiretor do operador turístico, Nelson Franklin Almeida, afirmou que os dados oficiais do Santuário de Fátima indicam que tem crescido o número de peregrinos sul-coreanos - atualmente nos cerca de dois mil -, muitos dos quais visitam outros templos marianos na Europa.

O responsável, que falava durante uma receção do ministro aos empresários, em Seul, admite que este é um mercado "um pouco difícil", até pela barreira linguística - os sul-coreanos praticamente só falam a sua língua natal - e da distância.

Foi uma surpresa "ver este número a aumentar", até porque geralmente não se associa a existência de católicos a este ponto do Mundo.

Álvaro Pacheco, missionário da Consolata, é o português que se encontra radicado há mais anos na Coreia do Sul: com 43 anos, está há 18 neste país.

O padre explica o crescimento do catolicismo na Coreia do Sul com o facto de alguns dos valores serem entendidos para o povo como "sendo fundamentais para uma vida feliz", nomeadamente o respeito pela dignidade da pessoa, o valor da liberdade e a relação do ser humano com Deus e com o próximo.

O emigrante aplaude a tentativa de explorar o mercado religioso, mas lamenta a demora.

"Já perdemos o barco", considerou, defendendo que o mercado religioso está mal explorado em Portugal: os turistas aterram em Lisboa, vão passar o dia a Fátima e vão-se embora, exemplificou.

"Temos de apresentar mais do que é Portugal, nomeadamente através do vinho e da gastronomia, porque os coreanos adoram comer e beber", sustentou.