Autoridades venezuelanas e linhas aéreas procuram mecanismos para baixar preços
Um grupo de duas dezenas de representantes de companhias aéreas estrangeiras a operar na Venezuela reuniram segunda-feira com o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (Inac) para analisar os preços dos bilhetes e procurar mecanismos para que sejam revistos em baixa.
"A ideia é que, em conjunto com as linhas aéreas, possamos fechar caminhos de especulação", disse o presidente do Inac à saída do encontro.
Segundo Pedro González, a reunião permitiu transmitir o descontentamento dos passageiros pelos altos preços das viagens internacionais quando os bilhetes são adquiridos na Venezuela, face aos preços praticados em países vizinhos.
As autoridades venezuelanas esperam que as companhias forneçam a informação necessária para determinar, de maneira conjunta, o preço das passagens que continuará a ser responsabilidade absoluta dos operadores, mas supervisionados pelo Inac.
A Agência Lusa tentou, sem sucesso, saber se algum representante da TAP esteve presente no encontro.
A reunião tem lugar depois de passageiros se terem queixado de dificuldades para conseguirem fazer reservas para viagens ao estrangeiro e do facto das companhias terem triplicado o valor do preço das passagens, nalguns casos para valores acima de 3.000 euros, para destinos europeus.
Na Venezuela vigora desde 2003 um férreo sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as companhias aéreas a terem autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas operações.
Apesar do contexto de reduções e da insegurança, fonte da transportadora aérea portuguesa em Caracas disse à agência Lusa que a TAP-Air Portugal mantêm 3 operações semanais entre Portugal e a Venezuela, com a mesma quantidade de lugares.
A ligação Caracas-Lisboa registou um aumento de 13,8% em número de passageiros entre janeiro e novembro de 2013, fruto de uma procura muito forte, uma "situação excecional" que se mantém e que levou à ocupação completa de lugares para os próximos meses.
A 18 de março, o Governo venezuelano anunciou que irá pagar as dívidas às companhias aéreas estrangeiras no país e que que vai pôr fim à relação com a Air Canadá, devido à decisão "unilateral" da operadora de suspender os voos para Caracas por alegada falta de segurança.