Associação de agências de viagem defende reforço da competitividade do destino Madeira
O vice-presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo, João Welsh, afirmou hoje que, em comparação com outros destinos, "a Madeira não tem sido competitiva", apesar de ter essa capacidade.
O responsável falava num seminário sobre turismo organizado pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) para debater o estado do setor na região e perceber o que pode ser feito para "ganhar competitividade no futuro".
"Na minha opinião, temos trabalhado muito os aspetos táticos e muito pouco nas questões estratégicas, ou seja, nas questões que têm a ver com o produto em si e a forma como nós podemos encontrar os turistas corretos para o produto, e não estarmos constantemente a tentar adaptar o produto 'destino Madeira' às tendências", afirmou.
Também o ex-secretário de Estado do Turismo Vítor Neto defendeu a necessidade de a Madeira "fazer força na sua especificidade".
"Tem que saber distinguir-se de outros destinos turísticos e procurar definir objetivos que sejam compatíveis com os recursos e potencialidades que tem", afirmou.
O ex-governante lembrou que "o turismo hoje é o principal setor exportador de bens e serviços de Portugal" e referiu que em 2013 "as exportações de turismo provavelmente ultrapassarão os nove mil milhões de euros, cerca de 14% do total das exportações de bens e serviços de Portugal".
Perante estes "valores incríveis", considerou, o setor "tem de ser acarinhado, avaliado e apoiado por aquilo que já é como contributo para o Produto Interno Bruto" e para as exportações, o emprego e o desenvolvimento regional.
Também presente no seminário, o administrador da Hoti Hotéis, Ricardo Gonçalves, afirmou que Portugal, em geral, "tem uma falha em termos de marketing turístico", havendo ainda muito para fazer.
"Provavelmente é a área onde temos mais espaço para evoluir, mas acho que há coisas boas e que temos de tentar capitalizar os recursos que temos e o que fizemos bem no passado", disse.
O administrador considerou a Madeira como "um exemplo de cultura turística em termos internacionais", com muito para ensinar a outros destinos, no que diz respeito, por exemplo, à preservação do património natural e arquitetónico.