Governo analisa hoje em Conselho de Ministros requisição civil para a TAP
O Governo vai analisar hoje, em Conselho de Ministros, uma eventual requisição civil para a TAP, na sequência do pré-aviso de greve entregue por vários sindicatos da empresa para os dias 27 a 30 de dezembro.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu que o Governo tomará todas as medidas possíveis para garantir a normalidade de serviços da transportadora aérea.
Em conferência de imprensa, no final da III Cimeira Luso-Cabo-verdiana realizada em Lisboa, questionado se vai ser decretada uma requisição civil para a TAP, Pedro Passos Coelho respondeu: "Essa é uma questão de ordem interna, que não deixará de ser analisada amanhã [hoje] no Conselho de Ministros".
O chefe do executivo PSD/CDS-PP referiu que não estará presente nessa reunião, porque estará em Bruxelas para participar no Conselho Europeu, acrescentando: "Mas tenho a certeza de que o Governo tomará todas as medidas que considerar adequadas para garantir, na medida do possível, daquilo que a lei confere, a normalidade em serviços que são tão importantes para o país como é aquele que é servido pela TAP".
Passos Coelho voltou a defender que o programa de resgate impunha a venda da empresa e afirmou que esse processo irá até ao fim.
"Todos sabem qual é o compromisso do Governo: é o de prosseguir com o processo de privatização e não é nenhuma greve na TAP que irá colocar em causa esse processo. Esse é um processo que foi espoletado e que conhecerá o seu fim", declarou o chefe do executivo PSD/CDS-PP.
Cerca de 20.000 clientes já contactaram a TAP para anular ou alterar as reservas de voos, adiantou na quarta-feira à Lusa fonte oficial da companhia aérea.
Fonte oficial da transportadora informou que, no dia 11 de dezembro, quando foi anunciada a convocação da greve, a TAP contava com cerca de 130 mil reservas para o período da paralisação.
Os 12 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP - grupo que entretanto o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), afeto à UGT, abandonou - convocaram uma greve de quatro dias, na sequência da recusa do Governo de suspender a privatização da companhia.