Turismo do Alentejo e Ribatejo entre 15 destinos mundiais a querer certificação da Biosfera
O presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo disse hoje em Santarém que a região vai estar nos primeiros 15 destinos turísticos do mundo a requerer a certificação Biosfera Turismo Responsável, no âmbito da UNESCO.
António Ceia da Silva, que falava na sessão de apresentação do Plano de Atividades da ERT do Alentejo e Ribatejo aos agentes económicos e autarcas da Lezíria do Tejo, apontou a certificação de destinos turísticos como essencial para a região, adiantando que a 15 de janeiro será feita a assinatura de compromisso com o Instituto de Turismo Responsável, financiado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura) e membro da Organização Mundial do Turismo e do Conselho Global para o Turismo Sustentável.
A região do Alentejo e Ribatejo estará neste processo com 14 outros destinos mundiais, que incluem Barcelona, Londres, Paris, entre outros, afirmou.
Ceia da Silva disse esperar que a certificação, um processo que, para abranger toda a cadeia de valor, decorrerá até 2020, tem que ser "prioritário nos Programas Operacionais Regionais e nos financiamentos do Turismo de Portugal", de forma a que haja financiamento para as melhorias que será necessário conseguir para garantir a certificação.
O plano de atividades hoje apresentado às entidades da Lezíria, de manhã, e na zona de Portalegre, à tarde, prevê ainda a criação de novos produtos turísticos, a institucionalização das redes de oferta, o reforço do marketing digital, a internacionalização de destinos, disse.
A ERT Alentejo Ribatejo quer criar um Conselho Inter-setorial do Turismo, que reúna todas as estruturas descentralizadas que têm que emitir pareceres, e ativar o Conselho de Promoção Integrada, de forma que quando um produto se apresenta noutro país seja acompanhado por outros setores, adiantou.
À certificação de destinos, o plano junta, como fundamental, a implementação de redes de oferta ligadas a operadores de turismo, sublinhando Ceia da Silva que a região abarca 38% do território nacional e que tem que ter "corredores turísticos de homogeneidade territorial".
O plano propõe a criação de Plataformas Logísticas Rurais, dando como exemplo os Roteiros Enogastronómicos do Ribatejo que vão ser vendidos brevemente por operadores.
"Se não tiverem comercialização não existe", afirmou, adiantando que o objetivo é levar os turistas aos locais onde se fazem os produtos tradicionais da região, desde as compotas, aos vinhos, aos enchidos, entre outros.
A criação de uma plataforma de venda e de um sistema de monitorização, para saber quem visita e qual a sua opinião sobre as diferentes vertentes da oferta, são outros objetivos, tendo hoje sido sugerida igualmente uma aposta na formação de recursos humanos, em parceira com o ensino superior da região.
Para o Ribatejo, a ETR considera essencial a criação de uma linha de comunicação, tendo deixado à reflexão duas sugestões: "Saboravida" ou "É mesmo aqui ao lado -- Ribatejo, tanto tão perto".
Os operadores e agentes da região podem enviar os seus contributos para o plano de atividades, que será votado em Assembleia-Geral agendada para 09 de dezembro.
Numa altura em que se perspetiva um corte de 20% no orçamento de cerca de 2 milhões de euros da ETR, Ceia da Silva assegurou que a região não vai aceitar essa redução nem se vai conformar.